sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A Lua Cheia

A Lua Cheia

(Recontagem de filme por David dos Santos Conceição, Kaíque Rodrigues Silva Santos, Kauã Rodrigues Silva Santos, Gabriel Alves dos Santos e colaboração de Prof.ª Regina Maria Oliveira de Macedo.)




Aquela era uma manhã diferente na escola: As crianças iriam passar por várias salas e participar de atividades diferentes em cada uma delas: A primeira sala seria jogos, movimento e recreação; a segunda sala Oficina de Literatura e a terceira sala, oficina de Artes Plásticas.
A professora Regina foi trabalhar na Oficina de Literatura. Quando as crianças chegaram ela perguntou-lhes se queriam escutar uma história ou se queriam construir uma história. Tal como o grupo que compareceu anteriormente à sala e construíram a história O Leão Bondoso e o Misterioso Frio na Floresta as crianças disseram que também queriam construir uma história.
A professora perguntou sobre o que eles iriam escrever? De pronto Kaíque disse que queria escrever sobre a Lua Cheia. Seu irmão Kauã se entusiasmou com a ideia e complementou:
É, sobre a lua cheia e o Lobisomem.
A professora que esperava uma coisa romântica demonstrou ter se assustado. As crianças riram e insistiram nessa escrita. A professora apresentou a proposta de que ela começaria a história e eles iam completando. As crianças concordaram e ela começou a história assim:
Um dia a Lua estava muito cheia... A noite estava muito clara, mas apesar da lua está cheia e a noite bastante clara, não era possível ver a lua que tinha se escondido atrás das nuvens.


A noite estava assim bem misteriosa e [1]Wilson saiu para passear na floresta mesmo assim...
Ele ia se encontrar com uma garota de quem gostava muito. Já estava chegando perto do local do encontro quando a lua que estava escondida saiu para espiar[2].
Wilson começou a sentir algo diferente[3]: Dor na barriga[4]. Uma dor tão forte que ele se encolheu e se contorcia... Caiu no chão de joelhos e se deitou no chão e se contorcia[5]
De seu corpo começou a sair pelos... Suas unhas cresceram... Suas orelhas cresceram e ficaram quase passando da sua cabeça... Seus olhos ficaram triangulares[6] e a ires mudou para a cor verde. A pupila deixou de ser redondinha e virou uma linha. Seus dentes cresceram e também lhe nasceu um rabo.
A garota com quem ele ia se encontrar, vinha chegando nesse momento e quando viu ele se torcendo de dor, correu para junto dele para ajudá-lo, mas ao ver o que estava acontecendo deu um grito muito forte[7].
Como foi o grito? – Perguntou a professora Regina
Muito forte – Disse Kauã com os olhos brilhantes e bem vivos.
David confirmou com a cabeça o que Kauã falou e balbuciou algo. A professora olhou para os meninos com um olhar divertido e curioso. Perguntou se o grito era forte como o que ela iria dar naquele momento e gritou.
As crianças sorriram e talvez porque quisessem instigar a professora a dar gritos e se divertirem um pouco mais, disseram:
Não, muito mais forte.
A professora caprichou no grito e até outros professores vieram ver o que estava acontecendo. As crianças sorriam a valer e mais uma vez disseram que o grito era mais forte. Percebendo a traquinagem das crianças, a professora propôs:
Então vocês vão gritar para eu saber como foi esse tãããão forte grito.
Foi uma alegria. Todas elas começaram a gritar. A professora começou a rir e disse que bastava e escreveu:
A garota deu um grito tão forte que se ouviu do outro lado do planeta. As crianças riram satisfeitas e sacudiram a cabeça em tom de aprovação. A história continuou e a professora voltou a fazer os registros das falas das crianças...
Wilson olhou a garota e antes que ele virasse lobisomem gritou:
CORRREEEEEE...!



Mas sua voz estava meio de homem e meio de bicho e ela não entendeu. Ficou parada. O lobisomem foi até a garota, pegou ela e a engoliu[8].
As crianças falavam rápidas e uma ia complementando o que a outra dizia fazendo parecer que todas haviam assistido a um mesmo filme. Até David que é surdo fazia a leitura labial e se pronunciava com palavras misturadas a balbucios e fazendo gestos  conseguindo fazer com que todos o entendessem, tanto a professora como as outras crianças. 



Quando falaram que o lobisomem engoliu a menina, professora Regina interrompeu a escrita da narração das crianças:
Como engoliu?
Kauã que era o mais falante de todos respondeu empolgado:
Engoliu ela inteirinha!
Não pode! Como ela passaria pela sua garganta sem ser mastigada? Indagou a professora.
Ele tinha uma boca grandona e um pescoço grande também![9]
A professora olhou para as outras crianças e David balançava a cabeça em sinal de aprovação e posicionando as mãos de um lado e do outro do pescoço indicava que ele era muito largo. Era como se o pescoço do bicho fosse quase da largura de seus ombros que segundo Kaique que complementou a indicação de David:
É... O pescoço era muito largo... E ele era muito grande! Ela passou direitinho para a barriga dele e sumiu!
Escreve aí Pró. Disse Kauã apontando o caderno sendo aprovado por David e o irmão de Gabriel que a essas alturas, saiu de seu lugar e foi se sentar junto à professora para escutar melhor a história deles. A professora continuou a anotar o que diziam.
O Lobisomem pegou a moça e engoliu. Sua boca era enorme, o pescoço bem largo... A moça foi parar na barriga do bicho.



Quando a lua se escondeu, Wilson voltou ao normal e aí procurou pela garota e não a encontrou[10].
Ele procurou por ela a vida toda, mas nunca mais a achou, pois ele tinha engolido ela e não se lembrava de nada[11]!



E a história acabou assim? A garota morreu, Wilson ficou sozinho? Nada mais? – Perguntou Prof.ª Regina às crianças.
David balançou a cabeça para dizer que sim. A professora concluiu:
Então essa é uma história de final triste. Vou colocar “FIM” e agora vocês vão escutar uma história do Audi livro tá?
Tá. Eu quero mesmo escutar outra história – Disse Kaíque e ficou calmo escutando a história "O Patinho que não Aprendeu a Voar" de Rubem Alves acompanhando a história pelo livro da Editora Paulus que publicou essa história com ilustrações bem coloridas. Professora Regina fazia a leitura silenciosa movimentando a boca para que David acompanhasse a história também.
Em seguida as mães foram buscar seus filhos e assim foi concluída a segunda história desse dia bem divertido.

FIM




[1] Fala de Gabriel
[2] Fala de Kauã
[3] Fala da Prof.ª Regina
[4] Fala de Kaíque
[5] Nesse momento David contribuiu com a história balbuciando, fazendo gestos e dizendo uma palavra ou outra fazendo com que todos entendessem o que queria dizer.
[6] Aqui Kauã apanhou o caderno da professora, pediu-lhe a caneta e desenhou os olhos para mostrar como ficaram.
[7] Fala de Kauã
[8] Fala de Kaíque
[9] Fala de Kauã
[10] Fala da professora Regina Maria Oliveira de Macedo
[11] Fala de Kaíque Rodrigues Silva Santos