1.
INTRODUÇÃO
Bem,
de volta a Argentina e pronta para mais 15 dias de aprendizado na Universidad del Salvador e com a linda e bela Buenos Aires.
Sim,
linda e bela Buenos Aires... Desde que cheguei a essa cidade e contemplei a
beleza de seus edifícios e a beleza de seus parques, fiquei a me perguntar o
que alguns argentinos vão fazer no Brasil. A cidade de Buenos Aires é uma
cidade bem cuidada de ruas limpas, praças bem cuidadas, e uma arquitetura de
fazer sonhar com um tempo de música, amor, beleza e muito respeito. Além do
mais o povo é prestativo e alegre.
Mas
voltemos para o ponto que levou um grupo de brasileiros a participar de um
curso de mestrado tão longe de casa...
No
Brasil o acesso ao curso de mestrado é muito difícil. Muitos
brasileiros se escrevem para fazerem esse curso, mas só aqueles que
participaram de cursos como alunos ouvintes e que, de alguma forma conseguiram
uma aproximação com os professores realmente conseguem romper as barreiras de
acesso e adentrarem ao círculo dos mestrandos. Assim, de gastos em gastos
investidos para conseguir acessar esse campo e conseguirem não apenas uma
especialização mais aprofundada nos conhecimentos que já possuem e também novos
conhecimentos, alguns brasileiros desistem.
Fazendo
parte desse grupo que desiste, ou desistiu de tentar um mestrado no Brasil,
mais especificamente no Estado da Bahia, foi que a oportunidade de conseguir o
título de mestre na Argentina foi abraçada com todas as forças e sacrifícios.
Passado
o primeiro encontro presencial com os mestres e doutores argentinos em janeiro,
em junho estava de volta para o segundo encontro, ou seminário, com novos
mestres e doutores.
Precisamente
em 25 de junho do ano de 2012, às oito horas, teve início a aula de
Epistemologia da Educação, com o Professor, Doutor Luís María Etchevery que de
início levou todos a uma jornada de questionamentos sobre o significado da
educação e o para que da educação nessa
sociedade.
Depois
de minutos belos em que foi sentido o azeitamento de um cérebro que parecia
haver se esquecido de pensar sobre a profundidade de certos assuntos, outros
questionamentos se fizeram ouvir e aconteceu o mergulhar silencioso em um mundo
onde tudo existia à volta do ser, mas pouco se tinha olhado e experimentado
desse tudo que aí estava.
Veio
o intervalo do almoço e ao retornar do grupo o Professor-Doutor brinda a todos
com o texto “Que Significa Pensar”.
Após
o texto, calma e serenamente as ações e palavras do professor foram atiçando o
grupo para pensar. Às vezes pareciam que vapores emergiam dos cérebros e se
espalhavam no ar.
Se
iniciou um novo posicionamento com relação à forma de encarar conceitos.
2. EXPERIÊNCIAS
PROPOSTAS PARA CONHECER
Nesse dia mesmo o Professor-Doutor propôs o vivenciar de experiências e apresentou uma lista de sugestões para conhecer. Dentre elas uma chamou atenção. Não porque fosse a primeira no topo da lista, mas por sua escrita lembrar outra palavra da língua portuguesa-Brasil que tem um significado de Casa de prostituição; BORDEL; CABARÉ; LUPANAR; PROSTÍBULO.
Claro que na Argentina essa palavra não
deveria significar “PUTEIRO”. Deveria significar outra coisa e o primeiro
movimento foi questionar ao professor o que era.
Ingênuos brasileiros; claro que o
professor não iria responder, se não qual a graça da experiência? A partir
daquele instante um turbilhão de questionamento tomou conta do espírito e
aquela palavrinha abriu um misto de curiosidade, alegria, medo e desejo de
investigar.
Primeiro caminho? Ora perguntar à internet.
Ah, maravilhosa internet onde quase todas as perguntas encontram uma
resposta... Lá estava: “Puchero é um tipo de ensopado preparado na Argentina,
Uruguai e Espanha, especificamente na região da Andaluzia e Ilhas Canárias”[1].
Como a vivência começou a partir das primeiras
sensações iniciadas ao visualizar a palavra escrita, mais uma vez uma parada
para examinar os sentimentos a partir do significado da palavra, em alguém que
nunca havia escutado essa palavra antes, e que pensou em um significado
misterioso, desconhecido e num significado possível conhecido e que agora tinha
a revelação de um significado real, na relacionado a força de um puxar, ou a
uma casa de prostituição.
Que sentimentos foram aflorados depois da
descoberta do significado da palavra PUCHERO? Para responder a essa questão foi
preciso parar e pensar no movimento do sangue no corpo, no movimento da
respiração, no sentimento da aventura, no planejamento prévio de uma
estratégia, nas proibições de uma educação severa, na disposição ao risco da
aventura, no que acontecia naquele momento, naquele agora da descoberta da
apresentação daquela representação prévia. Que se passa?
Um turbilhão de sentimentos ao mesmo tempo e de
repente um sorriso... Um sorriso/ Não um gargalhar. A mente passa a se
preocupar com outras coisas... A imaginação aflora para um prato com cheiros
semelhantes aos do Brasil e daí surge a decisão de experimentar esse prato.
O corpo reage impulsionado pela alegria, pela
curiosidade e pelo desejo de sentir o sabor. Mas como? Sem companhia de
ninguém? Que graça teria? Que fazer enquanto esperar? Com quem comentar as
sensações percebidas pelo paladar já instigado a funcionar pela ideia de saborear
o desconhecido prato servido na Argentina? Não, uma experimentação assim tinha
que ser em companhia de amigos; no mínimo com pessoas conhecidas que estivessem
dispostas a fazer uma experiência dessa natureza e isso, lógico, seria bem
fácil já que todos os matriculados no curso de mestrado na turma 02 da NOVVUS-3 teriam de fazer a mesma experiência.
4. PLANEJANDO VIVENCIAR A EXPERIÊNCIA.
O
primeiro grupo a ser pensado, claro seria o grupo de colegas com o qual já
havia uma relação pré-estabelecida desde o Brasil e em seguida o grupo de
colegas com o qual a amizade foi estreitada a partir do primeiro seminário que
aconteceu em janeiro.
O
grupo de colegas cuja relação tinha sido estabelecida no Brasil tinha
compartilhado da experiência de pesquisa do significado da palavra e no momento
do encontro foi logo de pronto respondendo à pergunta “Vocês já sabem o que é
Puchero?”
—
Já, já sabemos o que é Puchero; é um prato feito com grão de bico, carnes e
verduras. — responderam um tanto quanto decepcionados com a descoberta.
—
Sim, mas quando vamos experimentar? Será que tem algum lugar aqui que vende
esse prato?
A
esse questionamento várias hipóteses foram levantadas e a que mais teve
significado é que o prato deveria ser típico e sendo típico em algum lugar
deveria ser servido. E assim foi iniciada uma nova investigação: “Onde é
possível comer Puchero em Buenos Aires”?
A
primeira ideia foi perguntar aos recepcionistas do hotel onde o grupo estava
hospedado, mas para surpresa eles não sabiam onde e também não sabiam do prato.
Talvez pelo fato de ninguém do grupo dominar a língua e ter dado uma entonação
errada na pronúncia da palavra.
Uma
nova manhã se iniciava e no momento do café da manhã a inquietação sobre o
prato de nome tão estranho fazia com que se questionasse a todos sobre se
sabiam o que era e se sabiam onde comer. Graças a essa curiosidade e revelação
do interesse em conhecer, a senhora encarregada em servir o café da manhã ao
ser questionada pelo grupo revelou saber o que era e deu ao grupo a dica de onde
era possível encontrar um restaurante que servisse esse prato.
Novas
esperanças alimentaram o coração e no caminho da faculdade, junto com o grupo
de colegas ao qual o primeiro grupo tinha um bom relacionamento começaram os
planos para a ida ao restaurante e finalmente saborear o prato. Foi com muita
alegria que o convite foi feito:
—
E então? Vamos comer Puchero hoje após a aula? — Perguntou Regina aos colegas.
—
Vamos sim. A que horas agente se encontra? — Delma respondeu com os olhos
brilhantes pela novidade.
—
Que tal às sete horas no salão do hotel?
—
Está ótimo para mim — disse Miguel.
—
Então está fechado. Às sete horas todo mundo pronto no salão do hotel. —
Finalizou Adriana.
Uma
parada nesse momento para pensar nos sentimento e sensações que invadiram a
mente nesse instante. O coração batendo mais rápido, os músculos do rosto
contraindo-se num sorriso e a vontade de brincar com os colegas, de falar o
nome do prato o tempo todo e convidar mais amigos para dividir o momento com
mais pessoas. Além disso, durante o caminho brincávamos com o efeito da nossa
respiração no ar frio que envolvia o grupo.
Que
manhã deliciosa, alegre e excitante, apesar do frio, foi aquela. Parecia que o
calor de um prato ainda desconhecido envolvia o grupo que caminhava rápido,
conversando alto e comentando vários assuntos ao mesmo tempo misturando-os tal
qual os ingredientes do prato que tanta curiosidade e alegria trazia a todos
como a energiza-lo, tal qual o sol.
Na
faculdade o grupo relatou sobre o propósito de ir experimentar o Puchero. As
colegas do município de amargosa indicaram um restaurante e falaram um pouco
sobre o prato, mas os grupos pouco se demoraram comentando a idéia, pois logo o
professor-doutor adentrou a sala e após um exame ao grupo com um olhar curioso,
fez a chamada e a aula teve início.
“Por que há crianças/pessoas que não
querem aprender”?
“É preciso saber porque não o querem e
descobrir a forma de motivá-las. E uma vez descoberta a forma de motivá-las, de
interessarem-se por um tema/assunto, ver a maneira de trabalhar com elas de
forma que compreenda o assunto”
“O professor é quem põe e suprime a
distancia. O segredo do professor é saber e conhecer a distância entre o objeto
de estudo e o sujeito aprendiz”. (Prof. Dr. Luís María Etcheverry, em sala de
aula na USAL, para alunos do mestrado Turma 02 da NOVVUS, Buenos Aires –
Argentina, em 26 de junho de 2012).
Nova
parada para analisar os sentimentos induzidos por essas palavras: O professor
fez isso com o grupo ao apresentar a lista de experiências propostas para
conhecer. Mais ainda, quando deu a orientação do que deveria ser observado com
relação aos sentimentos, às sensações, aos conceitos que se formariam, etc.
Nesse momento um sentimento de admiração pelo professor e mais uma vez a
lembrança do projeto de conhecer o prato de estranho nome aflorou à mente.
Por
um momento quase que não foram escutadas as palavras do professor. Mas ele já
estava falando de conceitos e não simplesmente dando uma explicação, mas
induzindo o grupo a pensar sobre conceitos ao fazer os seguintes
questionamentos: “Conceito Arbitrário?, Conceito Inconsistente?, Conceito
Inviável”?
Nossa,
que susto ao dar-se conta que há tantas possibilidades para conceito... E novo
pensamento: Qual seria o conceito de Puchero? Como descobrir a história?
Naquela noite o grupo iria comer um prato, cujo nome parecia engraçado, mas
nada mais se bia sobre ele. Qual sua origem? Por que este nome?
Uma
nova consciência: Era preciso saber a história do prato. Fato constatado e
ampliado com o que o Professor-Doutor Etcheverry dizia naquele momento: “Os
animais não trabalham com conceitos. Trabalham vivenciando a realidade”.
Sim,
iria ser feita uma vivência da realidade naquela noite com o experimento do
prato Puchero, mas havia a necessidade aflorada naquele momento de saber a
história daquele prato. Onde consegui-la? Talvez a forma mais rápida seria a
internet. Sim a internet... Quem sabe?
A
aula continuava abordando o Mundo Ideal (MI) e Mundo Sensível (MS). MI ligado
às representações e MS Ligado às apresentações.
E a dialética entre esses dois mundos faz com que o Mundo Sensível (MS)
se eleve até o Mundo das Ideias (MI).
E
o pensamento do experimento a ser feito se misturava ao que iria ser feito à
noite e ao que deveria ser observado durante o experimento.
5. O
Experimento e Novas descobertas
Ao
término da aula e de volta ao hotel os estudantes correm a cuidar de estarem
pontos para a saída às sete horas da noite, como foi acordado durante a manhã.
O restaurante escolhido foi o indicado pelas colegas da cidade de Amargosa no
estado da Bahia – Brasil: Restaurante “El Globo”.
No
momento do encontro outros se juntam ao grupo e partem para fazer o experimento.
Nesse momento o grupo se multiplica por dois e membros de duas equipes partem
juntos para o experimento. São eles: Adriana Mendonça Moreira, Cristina
Pinheiro de Souza Ferraz, Delma Nascimento, Jeane Freitas, Miguel Santana,
Regina Maria Oliveira de Macedo.
Seis
pessoas não cabem em um carro pequeno e por esse motivo todos saem juntos, mas
em carros separados. Durante o trajeto os membros do grupo formado por
Cristina, Regina e Adriana conversam com o motorista do taxi sobre o prato que
vão experimentar e aí se consegue novas informações sobre o mesmo ou seja: O
prato Puchero.
Segundo
o motorista do Taxi, esse prato teve sua origem na Espanha em meio à classe popular e foi
criado em época de escassez utilizando uma combinação de carnes bovinas de
segunda categoria e carne de porco e frango, combinados com legumes, grãos e
verduras. Além de ser um prato barato e que alimentava muitas pessoas ele podia
durar vários dias. Segundo ele o prato é feito em uma panela grande e
posto na “cocina de leña”.
Uma
parada para pensar no que seria “Cocina de Leña”. A imaginação fez com que
fosse visualizada uma cozinha feita de toros de madeira e nesse momento foi
solto um suspiro sonhador de quem de repente voou até o século 16 quando as
casas eram feitas assim. Adriana, única nesse grupo a dominar o castellano nos informou
que o motorista se referia ao que no Brasil é conhecido como fogão a lenha. O
sonho pareceu explodir no ar como uma bola de sabão.
O
pensamento voa para a aula do dia 25 de junho ao lembrar o texto “Método Zen de
Estudio a partir de Shunryu Suzuki”[2].
“A naturalidade consiste em algo assim
como se sentir independente de tudo, ou em certa atividade baseada em nada”.
“É semelhante a uma semente que não tem
ideia de ser certa planta em particular, porém tem sua própria forma e está em
perfeita harmonia com o solo, com o ambiente”.
Ao chegarmos no restaurante indicado/sugerido e marcado, o mesmo encontrava-se fechado. Demos muitas risadas, tiramos fotos do local tentando registrar a nossa intenção e esforço em realizar o trabalho.
O
restaurante estava fechado... Aqui uma parada para analisar os sentimentos, a sensação
causada pelo restaurante fechado: Um misto de surpresa, tristeza e decepção
invade a mente e o corpo.
—
Não é possível, gente! Como está fechado? Será que só abre aos finais de
semana? — Foram os questionamentos partidos de todos. A rua com pouco movimento,
o grupo curioso aproximava o nariz do vidro do restaurante sem acreditar que
ele não fosse abrir.
As
palavras no vidro chamava atenção e alguém pensou em tirar uma fotografia para
ilustrar o primeiro informe grupal que seria apresentado ao Professor-Doutor no
último dia de seminário, ou seja, na parte da tarde do dia 27 de janeiro de
2012. Jeane Freitas foi a fotógrafa.
Estando
próxima ao passeio defronte ao local onde o grupo estava, Jeane localizou uma
cafeteria e propôs que o grupo fosse até lá, pois estava muito frio.
Ao lado do restaurante El Globo vimos uma placa da Federação Argentina de
Empregadores de Comércio e Serviços. O grupo foi até lá, pois o item quatro da
“lista de experiências propostas para conhecer” era justamente “conseguir um
trabalho”. Ainda estava aberta; uma jovem atendeu a todos com cortesia. Foi-lhe
solicitado informações sobre como conseguir emprego. A jovem deu a orientação
de procurar um outro local a oito quadras dalí, o Hotel Continental; pois no
local referido não havia vagas.
Após
recebida as informações na Federação Argentina de Empregadores o grupo se
dividiu e saíram em alguns momentos em dupla, em outros trio e até aconteceu de
um membro estar sozinho e chamar o outro para observar algo avistado através da
vitrine das casas comerciais existentes no entorno do restaurante escolhido
pelo grupo. Impossível nesse momento recordar como aconteceu a descoberta do
restaurante que o grupo encontrou para fazer uma nova experiência saboreando
outro prato que também constava na lista de experiências, mas o fato foi que, num
atravessar de rua, em uma esquina entre a rua Tucuman e San Martin, foi
avistado na vitrine do restaurante, o prato Locro Crioullo.
Um olhar mais atento para o restaurante foi observado que estava com as luzes
acesas e havia pessoas trabalhando na arrumação das mesas. Uma nova sensação
foi percebida: havia naquele instante a esperança da saída para o planejado
jantar com a realização de uma experiência não ser em vão. Descortinava-se a
possibilidade de experimentar um outro componentes da lista, o LOCRO.
Uma
inquietação invadiu o ser e nesse instante Miguel bateu à porta do restaurante.
Os trabalhadores faziam gestos e Miguel insistia em chama-los com gestos e um
sorriso nos lábios a repetir “sí, sí...”
A
insistência de Miguel foi tamanha que um dos trabalhadores do restaurante, um
garçom, depois de trocar algumas
palavras com outro trabalhador que estava próximo ao balcão caminhou até a
porta. Ao abrir a porta e falar ao grupo, percebeu que se tratava de estrangeiros.
Adriana se aproximou para explicar o que o grupo queria e perguntou sobre o
prato Locro. Aqui uma nova parada para analisar sentimentos e experiência: O
grupo se preparou para experimentar o Puchero, mas agora surgiu a oportunidade
de experimentar o Locro. Que se passa? Se passa a mudança de planos e
rapidamente o preparar-se para outra pesquisa e outra experiência.
Sentados à mesa fotos foram tiradas para o registro, afinal fotografias são documentos. Para que todos aparecessem na fotografia Miguel solicitou ao garçom que batesse a fotografia e esse, gentilmente atendeu ao pedido. A fotografia ficou ótima.
Tratava-se
do restaurante “La Posada 1820” situado na “Rua Tucunán 501 (esquina San
Martin) ciudad de Buenos Aires”. Um local muito agradável com uma decoração
pitoresca onde era possível ver em exposição muitos utensílios antigos que
davam aos clientes a sensação de uma viagem no tempo: malas antigas, panelas
antigas, bandejas, máquina de costura e bandeiras de outros países, e uma delas
era a bandeira do Brasil. Quanta emoção atingiu o coração! Impossível não tirar
uma fotografia e de
repente
uma parada para analisar sentimentos.
A
visão da bandeira e o sentimento de alegria e saudade se misturando na mente.
A aula
mais uma vez volta a se misturar aos pensamentos: Mundo dos Sentimentos (MS)
dialogando com o Mundo Ideal (MI) fazendo emergir a imagem da pátria e a
saudade dos familiares que estão distantes e que também fazem o sacrifício da
distância, da despesa para que haja a progressão profissional do mestrando.
Um
silenciar rápido invadiu a mesa; a chegada do vinho à mesa motivou o brinde aos
familiares distantes e ao sucesso no trabalho proposto.
A
ida ao restaurante serviu para aproximar mais ainda os colegas e muitos
assuntos surgiram sobre suas famílias e sobre os trabalhos que fazem no Brasil.
Serviu também para atrair atenção de argentinos que compareceram ao local
depois e também aconteceu um enamorar entre o garçom e um dos membros do grupo.
Foi a oportunidade de vivenciar outra das experiências solicitadas: “Um Enamoramiento”.
Não
um “enamoramiento” entre um homem e uma mulher, mas um flerte homossexual. Esse
acontecimento fez refletir o quanto ainda, os brasileiros estão vestidos de uma
cultura preconceituosa, ainda é difícil aceitar outra cultura ou outra forma de
ser/agir. A própria pessoa que foi paquerada, sendo segura das sua posição e
escolha, se constrangeu com o ato acontecido em público. Comentou com as
colegas que no Brasil os homossexuais ainda não têm essa abertura de
comportamento.
A
conta foi pedida, a despesa repartida entre os colegas, agora mais amigos. O
grupo retornou ao hotel.
7. Conclusão
da Experiência
Chegando
ao hotel os amigos se dirigiram para o salão de alimentação e bebericando um
pouco de vinho novos questionamentos: O que trouxe ao grupo essas experiências?
Quais estruturas foram mexidas?
Que
tipo de conhecimento acerca dos pontos levantados foi construído?
Foi
possível perceber que houve uma mudança no comportamento de todos enquanto
agentes e observadores.
Coisas
que se pensava conhecer se teve a oportunidade de vivenciar com outra óptica,
agregando outro sentido. Coisas que não eram conhecidas foi oportunizado
experimentar ou conhecer através dos registros históricos e outras foi possível
pesquisar e debater.
O
trabalho apresentado na aula do Professor-Doutor Luís María Etcheverry foi
concluído com a citação de Heidegger que diz que “viver uma experiência significa
que algo nos passa, nos ocorre, nos toma, nos possui e transforma”.
Ainda
citando o mesmo autor “viver um experiência é andar e desandar os caminhos para
retornar própria e explicitamente a esse lugar onde já nos encontramos.”
Regina Maria Oliveira de Macedo.
[1] Página da Internet Na Biroskinha. Endereço: http://www.nabiroskinha.com/2009/10/puchero-e-um-tipo-de-ensopado-preparado.html
[2] Texto contido no módulo disponibilizado pelo Prof. Dr. Luís Ma.
Etcheverry com referência a SUZUKI, Shunryu, Mente Zen, mente de principiante,
Estaciones, Bs. As., 1994.