segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Halloween: A Lenda de Jack da Lanterna por Regina Maria Oliveira de Macedo


A LENDA DE JACK DA LANTERNA
(Por Regina Maria Oliveira de Macedo)

Há muito tempo atrás, acho que no ano 600 antes de Cristo, vivia na Gália um homem de nome Jack que era muito grosseiro com as pessoas. Jack não respeitava ninguém: Maltratava a esposa, os filhos, os amigos... Aliás, ele não tinha mais amigos, justamente por causa dessa forma grosseira com que os tratava. Jack fazia tantas coisas erradas, era tão sem escrúpulos que foi apelidado  de "Jack Miserável".
Um dia o Diabo estava olhando a terra através do fogo mágico do inferno e viu Jack. Ele viu Jack fazendo suas maldades e gostou muito dele. Todos os dias o Diabo tirava um tempo para se divertir com as maldades que Jack fazia. Decidiu que quando Jack morresse ele iria morar com ele no inferno, mas como Jack estava demorando muito de morrer e o diabo tinha muita pressa em ter sua companhia, decidiu ir até a Terra e traze-lo para o inferno de uma vez por todas.
Quando o Diabo chegou Jack estava em uma taberna sentado à mesa com o seu jeito grosseiro de sempre exigindo da taberneira que lhe desse uma garrafa de vinho.
O Diabo sentou-se à sua mesa e antes que Jack reclamasse alguma coisa foi logo dizendo numa voz tenebrosa:
̶  Jack...  Chegou sua hora... Vim para levar sua alma... Ela me pertence. Como você está demorando muito de morrer, eu vim reivindicá-la pessoalmente, pois não quero extravios... Você, Jack é um de meus súditos mais perfeito no que diz respeito ao mau. Não vou permitir que você se torne uma boa alma... Você me diverte muito... Quero você na minha casa, e já...
Jack se assustou, mas como sempre foi muito esperto para enganar as pessoas, e sendo da iguala do Diabo não se intimidou. Disse ao diabo:
̶  Mas o senhor veio muito cedo. Eu ainda não tomei nem um gole do vinho que acabei de pedir... Não, eu não estou pronto ainda. Se quiser me levar, vai ter que esperar eu tomar o melhor vinho da minha vida! E para não ficar aí sem fazer nada, eu o convido a saboreá-lo comigo. Afinal, com o calor que faz na sua casa, duvido que já tenha tomado algo tão bom.

O diabo se animou e aceitou o convite. O vinho era tão bom que uma única garrafa não foi suficiente aos dois. Tomaram várias garrafas até que o diabo reclamou que estava na hora de irem andando.
̶  Vamos embora, meu seguidor! A hora é chegada... Pague a conta e vamos...
Jack, que era muito finório, enfiou a mão no bolso para pegar o suposto dinheiro que o diabo acreditava que ele tinha. Sabe como é, não é mesmo? O Diabo não entra no pensamento dos homens e por isso não podia ler o que Jack estava tramando. Jack fez de conta que tomou um susto:
̶  Uai, cadê meu dinheiro? Parece que algum ladino o tirou de mim sem que percebesse... E agora? Como vou pagar essa conta?
̶  Ora mais... Hás de pagar como sempre fizestes, passando a perna na taberneira. – Disse calmamente o diabo que de maldade entendia muito bem, mas Jack retrucou dando um pulo:
̶  Isto é que não! Se tem uma coisa que nunca deixei de fazer foi de pagar a conta do vinho que bebo. Tá pensando que vou deixar essa gentalha pensar que é melhor que eu? Não, de jeito nenhum! Não saio daqui sem pagar minha conta! E começou a berrar.
O Diabo, temendo chamar atenção para sua pessoa começou a ficar nervoso. Perguntou a Jack:
̶  O que você propõe que se faça para resolver o problema?
Era tudo o que Jack queria escutar. Rapidamente apresentou a proposta:
̶  Você disse que é o diabo, pois não?
̶  Sim, eu sou o Diabo.
̶  Pois então... Você não é o todo poderoso que se transforma em qualquer coisa?
̶  Mas é claro que sim, – disse o Diabo todo orgulhoso. – E o que isto tem a ver com sua história de pagar a conta?
̶  Você se transforma em dinheiro. Eu pago a conta e depois você se encontra comigo lá fora.
O diabo pensou que Jack estava querendo fugir da taberna. Deu um sorrisinho maroto e disse para si mesmo:
“Esse esperto está pensando que pode fugir de mim. Vou fazer o que ele quer e quando ele menos esperar, eu me materializo ao lado dele”.
E foi em um ZUUUPPT XÁ!  Bem rápido que num milésimo de segundo o diabo se transformou em uma moeda de ouro sobre a mesa.
Mais que rápido que nunca, Jack apanhou a moeda. Contudo, ao invés de pagar a conta, ele a guardou em uma sacola para moedas que tinha um crucifixo gravado no couro. O Diabo ficou preso. Não podia mais sair do porta-moedas de Jack. Começou a implorar que o tirasse dali. Jack, esperto que só ele, propôs:
̶  Eu lhe tiro daí sim, mas só se você me prometer uma coisa...
̶  Diga logo o que quer. – Retrucou o diabo.
̶  Pois muito bem, eu quero que você me deixe em paz por um ano. Depois de um ano você vem me buscar. Eu ainda quero ficar por aqui um pouco mais.
É que Jack pensou que, se dentro de um ano ele se tornasse um homem bom, o diabo não ia mais querer levar ele. O Diabo, porém, tinha uma norma que não deixava de seguir: quem fizesse trato com ele tinha que cumprir. Muito esperto, o diabo perguntou a Jack:
̶  Quer dizer que se eu lhe deixar em paz por um ano, quando eu voltar para lhe buscar você promete que vai comigo sem reclamar?
̶  Prometo. – Disse Jack.
O Diabo tornou a perguntar:
̶  Quer dizer que você está fazendo um trato comigo de que se eu lhe deixar em paz por um ano você vai comigo quando eu vier lhe buscar?
̶  Sim é isso que eu estou dizendo.
O Diabo deu um risinho de canto de boca e respondeu a Jack:
̶  Pois então, Trato feito!
Jack respirou aliviado. Tirou a moeda de ouro que na verdade era o diabo em forma de moeda da carteira e colocou de volta ao tampo da mesa. O diabo voltou a sua forma e falou:
̶  Trato Feito, Jack! Daqui a um ano, no dia 31 de outubro, eu volto para lhe buscar.
E assim falando desapareceu numa nuvem de fumaça deixando um enorme cheiro de enxofre no ar.
Jack respirou aliviado. Não sabia ele que trato com o diabo não podia ser desfeito. Mesmo assim, tomou a decisão de ser uma pessoa melhor. Pagou a conta e saiu da Taberna em direção à casa.
A partir daquele dia Jack resolve mudar seu modo de agir e começa a tratar bem a esposa e os filhos, passou a ir à igreja e até mesmo a fazer caridade.
No entanto, Jack não estava satisfeito com sua nova vida. Afinal, ele gostava mesmo era de ser malvado, por isso sua mudança não durou muito tempo! Um belo dia ele se esqueceu do trato feito com o diabo e voltou a ser uma pessoa ruim. Por fim chegou novamente o dia 31 de outubro.
Jack estava indo para casa depois de uma noite de farra quando o Diabo apareceu. Jack levou um susto, mas esperto como ele só fez de conta que não se assustou.
̶  Bem vindo, diabo. Como você demorou!
O diabo se espantou com a atitude de Jack:
̶  Não me diga que estava ansioso que eu chegasse... – Disse o diabo desconfiado. Jack se apressou em explicar:
̶  Pois é, estava sim... É que a semana passada, quando vi essa macieira carregada, fiquei pensando em como deve ser bom assar maçãs lá no braseiro da sua casa...
O diabo sorriu... Olhou a macieira e pensou que seria uma novidade no inferno... Chegou a sentir o cheiro das maçãs assadas... Quando Jack viu o olhar sonhador do diabo e sua língua a passar sobre os lábios, lambendo-os, viu que o diabo iria cair na sua conversa. Botou seu plano em ação:
̶  É, seria bom... Pena que não vai poder ser... – Jack falou como quem estava pensativo, meio lamentando... e suspirou dizendo rápido:
̶  Bem, estou pronto, diabo. Pode me levar.
O diabo se espantou com a pressa e perguntou:
̶  E as maçãs assadas?
Jack viu que seu plano estava dando certo. Respondeu olhando a copa da macieira carregada, como quem estava desanimado e resignado:
̶  Deixa para lá... Não vai dá certo mesmo...
̶  Por que não vai dá? – Perguntou o diabo mais curioso ainda.
̶  Ora, eu não vou poder colher maçãs, pois não sei subir na macieira e você, com certeza, sendo o rei dos infernos, não vai querer subir nessa árvore para colher maçãs como um empregado qualquer. Portanto, vamos embora e que as maçãs fiquem aí.
Assim dizendo Jack convenceu o diabo a pegar umas maçãs da árvore para levar para assar no inferno. Quando o diabo subiu no primeiro galho, Jack pegou um canivete em seu bolso e desenhou uma cruz no tronco. Dessa forma o diabo ficou preso na árvore e não pode mais sair. Desesperado começou a implorar a Jack que o tirasse dali. Jack diz que não, pois não quer morrer ainda. O diabo, então, promete partir por mais dez anos.
Jack não aceitou a proposta. O diabo então lhe perguntou:
̶ O que, então, você quer para me tirar daqui?
Jack sorrir, maravilhado. Ele podia pedir tudo ao diabo naquele momento... Então ele determina:
̶  Eu  tiro você daí se você me prometer fazer de mim um homem muito rico e que nunca mais você virá aqui na terra para me aborrecer.
̶  Está bem, disse o Diabo já pensando em se mandar sem atender ao pedido de Jack, mas Jeck se lembrou das palavras dos contratos. O Diabo não disse "Trato Feito" disse "Está Bem" e ele sabia que bem, diabo não faz. 
̶  Está bem, não. Quero saber se o Trato está feito. Como é Diabo... Trato Feito?
O diabo perdeu a esperança de enganar Jack. Poderia até tentar outros truques, mas a Cruz que tinha na árvore já o estava transformando-o em uma árvore para sempre. Se demorasse mais um pouco nunca mais ele seria o Diabo outra vez. Não lhe restou outra alternativa senão fazer o trato.
̶  Trato Feito! Trato Feito! Me tire logo daqui.
Jack o liberta da árvore. Assim que se viu livre o diabo deu a Jack o prometido e foi-se embora danado da vida por ter se deixado enganar mais uma vez. Jurou, no entanto, que um dia Jack lhe pagaria por lhe ter feito de bobo.
O tempo foi passando e Jack ficou velho. Um dia ele pegou uma gripe muito forte e como continuava sendo uma pessoa muito malvada, não achou quem quisesse cuidar dele. Resultado: Jack foi piorando... Piorando... Até que um dia ele morreu.
Sua alma saiu do seu corpo e voou até a porta do Céu. Chegando lá, Deus lhe disse que não podia ficar no céu, pois lá só podia entrar quem tinha sido uma boa pessoa na Terra. Jack tentou até enganar a Deus, mas acontece que Deus sabe tudo o que se passa no coração do homem e também na sua mente e assim, Jack não conseguiu entrar no Céu.
Sem outra alternativa ele foi para o inferno. Mas o Diabo quando o viu, lhe falou:
̶  Ah, não! Aqui você não entra. Você me enganou duas vezes; não vai me enganar pela terceira vez. Pode ir embora daqui.
Jack olhou em volta e não viu nada. Tudo era apenas uma enorme escuridão. Ficou apavorado. O inferno era quente, mas ele pelo menos já conhecia o Diabo... Se nem o Diabo o queria, o que iria fazer? Começou a chorar. Para sua surpresa, o Diabo jogou para ele uma brasa dizendo:
̶  Não sou tão ruim como você, Jack. Tome essa brasa em consideração aos divertimentos que você me proporcionou quando lhe acompanhei na terra através do meu fogo mágico. Com ela, ilumine seus caminhos quando caminhar pelo limbo, rá, rá, rá, rá... Tome cuidado, pois se ela se apagar você ficará no escuro para sempre. – E assim dizendo, deu mais uma gargalhada infernal e fechou a porta do inferno.
Jack olhou a brasa e viu que ela começava a se apagar. Desesperado, olhou em volta e viu um nabo oco no chão. Apanhou o nabo e colocou a brasa dentro dele para que durasse mais e saiu perambulando pela escuridão.
Andou, andou e muito tempo se passou até que um dia ele encontrou uma bruxa que estava morrendo de frio. 
A bruxa tinha vindo dos Estados Unidos e carregava uma abóbora. Sua intensão era plantar as sementes pois sabia que as abóboras simbolizavam fertilidade e sabedoria, mas quando passou pelo limbo, não suportou o frio. Para sorte dela, nesse dia Jack tinha aprendido a ser um pouco melhor. Ele se sentia muito só... 
Sentou-se perto da bruxa, colocou as mãos dela em volta do nabo onde estava a brasa e a ajudou se aquecer com o calor que emanava dele.
A bruxa recuperou suas forças e para agradecer a Jack deu um jeito para que a brasa do nabo nunca se apagasse: pegou sua abóbora, retirou os caroços, desenhou olhos, nariz e uma boca sorridente. 
Em seguida fez um corte nesses desenhos de forma a abrir buracos como se a abóbora fosse uma cara. Colocou a brasa dentro dela, recolocou a tampa por onde tinha retirado as sementes, amarrou uma corda  de um lado e outro da abóbora, de forma a fazer uma alça, e a entregou a Jack dizendo-lhe:
̶  Não posso lhe tirar daqui, pois você contrariou até o diabo e não sou boba de chatear alguém tão poderoso quanto ele. Assuntei que foi o próprio diabo quem lhe deu essa brasa... Por isso coloquei ela dentro dessa abóbora onde esculpi essa cara. Aqui dentro essa brasa não vai apagar nunca mais e quando chegar o dia 31 de outubro, único dia em que os mortos poderão visitar a terra, você coloca a abóbora na cabeça e usa essas correntes com essa lanterna. 
A abóbora vai lhe esconder  e o fogo não vai lhe queimar pois nesse dia, assim que você colocar a abóbora na cabeça, ele vai parar dentro da lanterna que as correntes têm na ponta. Assim disfarçado, você vai poder dar uma voltinha lá.  O diabo não vai saber que você saiu do Limbo. Agora não se esqueça, você só poderá fazer essa transformação e ir à Terra no dia 31 de outubro que é o dia do Halloween. Volte antes de clarear o Dia de Todos os Santos. 



Depois dessa conversa a bruxa montou em sua vassoura e foi embora. Jack ficou lá, caminhando na escuridão que agora estava bem mais iluminada, graças à abóbora da bruxa. 




Nesse dia ele decidiu que todo dia 31 iria à terra e quando visitasse as pessoas ele lhes perguntaria:
̶  Durante o ano você fez doces, ou fez travessuras?
Se as pessoas lhes dessem doces ele saberia que elas não fizeram travessuras e na casa dessas pessoas haveria paz e harmonia, mas se as pessoas não tivessem doces para lhe dar, Jack saberia que não foram boas, pois pessoas boas sempre têm algum doce em casa para oferecer às visitas. Então na casa que não tinha doces haveria muita atrapalhação até o dia em que Jack voltasse, para saber se a pessoa fez doces ou travessuras, outra vez.






Fim


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O Leão Bondoso e o Misterioso Frio na Floresta




No dia dez de outubro de 2012, foi feita uma atividade coletiva na escola para comemorar a semana da criança.
Em cada sala de aula da escola aconteceu uma atividade diferente: Na Sala Transitória, um circuito de atividades voltadas para o movimento do corpo envolvendo recreação. Na sala 01, uma oficina de artes com desenhos, pinturas, dobraduras e colagens; na sala 02 uma oficina de histórias. E foi aí, justamente nessa segunda sala que aconteceu a construção da história que se segue:

O Leão Bondoso e o Misterioso Frio na Floresta.
(Por Gabriel Nóbrega de Jesus, Matheus dos Santos Nascimento, Paulina Fonseca, Regina Maria Oliveira de Macedo, Tássio Ribeiro de Jesus e Wilson Venâncio dos Santos.)

À medida que as crianças chegavam à sala de aula  foram recebidas pelas Professoras Paulina Fonseca e Regina Macedo e acomodadas em volta da mesa. A primeira criança a chegar foi Gabriel. Após estar acomodado o educando, professora Regina explicou que nesse dia o trabalho seria diferente. Iriam trabalhar com histórias. Perguntou então:
− Que você prefere: Escutar histórias ou escrever uma história?
Imediatamente Gabriel Nóbrega respondeu com entusiasmo:
− Escrever uma História!
Professora Regina apanhou seu caderno, sentou-se à mesa com junto a Gabriel e iniciou:
−  Primeiro vamos fazer o esquema: Vamos escrever sobre o que? Bichos, Plantas, Fadas ou gente?
− Bichos! − Gabriel respondeu mais uma vez.
− Muito bem! De que bicho ou bichos vamos escrever a história?
− De um Leão... Um leão bem grande!
Professora Regina foi anotando as respostas. Perguntou mais uma vez:
− E esse Leão é bom ou mau?
− É um leão bom.
Gabriel ia se situando na história. Seus olhos brilhavam e seu rosto tinha uma luminosidade empolgante. A professora continuou com as perguntas e ia anotando as respostas do educando e montando o esquema da história:
− E onde acontecerá essa história? Numa cidade, Numa floresta, No Zoológico... Onde?
− A História vai acontecer... Numa floresta. – Disse Gabriel.
− Então vamos começar. Posso iniciar? – Perguntou professora Regina.
− Pode. – Gabriel respondeu de pronto.
A professora começou a narrar a história ao mesmo tempo em que escrevia. Gabriel ficou bem atento aos dois movimentos dela: falar e escrever.
− Era uma vez um leão muito bom que caminhava pela floresta...

De repente a professora parou:
− Ih, esqueci-me de perguntar: Era de dia ou de noite?
− Era de dia...
− E em que parte do dia? − Gabriel olhou a professora com um ar inquisidor. − Como assim parte do dia?
A professora Paulina que estava acompanhando o trabalho, explicou que o dia tem manhã, tarde e noite e que na primeira parte do dia acontece a manhã a segunda parte do dia é a tarde e a terceira parte que não tem o sol é a noite. Gabriel pensou e decidiu que seria tarde.
A professora Regina leu novamente o que havia escrito apontando cada palavra para que ele fizesse a associação leitura e escrita, e foi acrescentando as falas de Gabriel em seguida.
Era uma vez um leão muito bom que caminhava pela floresta numa tarde fria de inverno. De repente o frio ficou tão forte que o Leão ficou congelado.


− Coitado do Leão, e agora? Como vai ser? – Perguntou Prof.ª Regina.
(o educando Tássio chegou nesse momento à sala de aula)
Foi aí que apareceu um rapaz chamado Tássio que ao ver o leão congelado[1] aqueceu água em um fogo e jogou sobre ele.
O Leão conseguiu se mover um pouco e foi se mexendo até que ele deu um rugido bem forte.
(A professora pediu que todos gritassem bem forte para ela saber como foi o rugido do leão e depois que todo mundo gritou a professora escreveu o que Tássio e Gabriel haviam dito fazendo as letras grandes do rugido do leão)
Depois ele sacudiu o pelo (mais uma vez a professora pediu que eles sacudissem o corpo. As crianças pareciam estarem na floresta) e berrou mais uma vez.

− GRAAAUUURRR...! GRAAAUUURRR...!

Foi aí que ele viu Tássio e percebeu que ele o havia ajudado. O Leão agradeceu. E quando os dois estavam conversando, chegou Wilson e se juntou aos dois. Tássio falou do frio misterioso que havia chegado de repente e congelado o Leão.
Concluíram que aquele frio misterioso poderia ter congelado outros animais. O Leão convidou os dois para seguirem juntos pela floresta. Já iam se esquecendo de apagar o fogo onde a água tinha sido aquecida, quando Wilson lembrou:
− Esperem, esperem... Temos que apagar o fogo! Se ele se espalhar pode queimar toda a floresta.
Nesse momento chegaram Matheus e Gabriel que quiseram saber o que estava acontecendo. Tássio contou tudo desde o princípio. Gabriel registrou cada palavra na memória para depois contar a Prof.ª Regina.
O Leão era bem grande, muito forte e bonito. Ele podia carregar os meninos em suas costas e muito mais. Abaixou-se no chão e disse:
(nesse momento Prof.ª Regina abaixou-se para representar como o Leão fez)
− Subam nas minhas costas. Se esse vento tão frio me deixou congelado, imagino que tem outros animais precisando de ajuda. Vamos ajudar?
− Vamos! – As crianças responderam juntas.
Já iam subindo nas costas do Leão quando Matheus lembrou:
− Esperem, temos que levar a água morna! É preciso levar a água para descongelar os animais!
Apanharam a vasilha com a água quente e já iam saindo quando o Leão lembrou:
− É verdade, temos que levar a água, mas como vamos faze isto? Quando eu correr a água vai se derramar. O que poderemos colocar na vasilha para que a água não se derrame?
Gabriel falou indicando um pano que encontrou:
− Um pano! Um pano poderá cobrir a água!
O Leão não concordou com ele e explicou:
− O pano não serve. A água passa pelo pano e vai derramar toda também. Estamos na floresta. Será que tem alguma coisa aqui para tampar essa vasilha?
Gabriel olhou em volta e falou:
− Uma tábua!
− É, uma tábua serviria... Mas onde tem uma tábua? – Perguntou o Leão.
As crianças mostraram um tronco caído e, como Matheus tinha uma serra, eles resolveram serrar o tronco e conseguir uma tábua.
Colocaram a vasilha no fogo mais uma vez enquanto faziam isso. Para que a água não ficasse fria. Ainda bem que o fogo não tinha sido apagado quando Wilson pediu que o apagassem.
Os rapazes cerraram o tronco e fizeram a tábua que deu certinho para tampar a vasilha.
Depois da vasilha tampada, as crianças a retiraram do fogo e o apagaram. Só então subiram nas costas do leão e seguiram rápido pela floresta levando a água morna com eles.
Por onde passavam encontravam animais congelados e jogavam a água quentinha do mesmo jeito que Tássio fez com o Leão.
O passarinho recebeu a água, sacudiu o corpo (todo mundo sacode o corpo) e começou a cantar e a bater as asas 

(todo mundo movimentando os braços como se estivessem batendo asas).

O coelho estava parado como uma estátua (todo mundo vira estátua igual ao coelho) e as crianças jogaram água e ele começou a pular, para frente e para trás.

(As crianças que conseguem se locomover com independência podem fazer esse movimento de pular para frente e para trás).
(Também nesse momento as mães chegaram para pegar as crianças e a história precisou ser encerrada.)

Parecia mágica. Por onde passavam todos os bichinhos iam acordando só com um pouco da água morna. A floresta ia ficando bonita novamente e o Sol saiu de detrás das nuvens e apareceu. Tudo brilhou e todos cantaram com harmonia e muita felicidade.



FIM

  Professora Paulina perguntou: Quem gostou da história? Quem gostou bate palmas ou dá um grito. As crianças responderam com gritinhos e palmas. Saíram da sala com os olhos de vitória. Foi delicioso o trabalho!








[1] Professora Regina olhou para Tássio esperando a resposta. Paulina o instigou: Diga Tássio como foi que você fez para descongelar o Leão? Tássio disse que jogou água sobre ele e professora Regina depois que explicou que água fria não o descongelaria ouviu Gabriel dizer que a água estava morna. Se percebe aqui um pouco de religiosidade (água milagrosa ou benta) e um pouco do cotidiano da criança (água morna que limpa o corpo).