No dia dez de outubro de 2012, foi feita uma atividade coletiva na escola para
comemorar a semana da criança.
Em cada sala de aula da escola aconteceu
uma atividade diferente: Na Sala Transitória, um circuito de atividades
voltadas para o movimento do corpo envolvendo recreação. Na sala 01, uma
oficina de artes com desenhos, pinturas, dobraduras e colagens; na sala 02 uma
oficina de histórias. E foi aí, justamente nessa segunda sala que aconteceu a
construção da história que se segue:
O Leão Bondoso e o Misterioso Frio na
Floresta.
(Por Gabriel Nóbrega de Jesus, Matheus dos Santos Nascimento,
Paulina Fonseca, Regina Maria Oliveira de Macedo, Tássio Ribeiro de Jesus e
Wilson Venâncio dos Santos.)
À
medida que as crianças chegavam à sala de aula foram recebidas pelas
Professoras Paulina Fonseca e Regina Macedo e acomodadas em volta da mesa. A
primeira criança a chegar foi Gabriel. Após estar acomodado o educando,
professora Regina explicou que nesse dia o trabalho seria diferente. Iriam
trabalhar com histórias. Perguntou então:
− Que
você prefere: Escutar histórias ou escrever uma história?
Imediatamente
Gabriel Nóbrega respondeu com entusiasmo:
− Escrever
uma História!
Professora
Regina apanhou seu caderno, sentou-se à mesa com junto a Gabriel e iniciou:
− Primeiro
vamos fazer o esquema: Vamos escrever sobre o que? Bichos, Plantas, Fadas ou
gente?
− Bichos! − Gabriel
respondeu mais uma vez.
− Muito
bem! De que bicho ou bichos vamos escrever a história?
− De
um Leão... Um leão bem grande!
Professora
Regina foi anotando as respostas. Perguntou mais uma vez:
− E
esse Leão é bom ou mau?
− É
um leão bom.
Gabriel
ia se situando na história. Seus olhos brilhavam e seu rosto tinha uma
luminosidade empolgante. A professora continuou com as perguntas e ia anotando
as respostas do educando e montando o esquema da história:
− E
onde acontecerá essa história? Numa cidade, Numa floresta, No Zoológico...
Onde?
− A
História vai acontecer... Numa floresta. – Disse Gabriel.
− Então
vamos começar. Posso iniciar? – Perguntou professora Regina.
− Pode. – Gabriel
respondeu de pronto.
A
professora começou a narrar a história ao mesmo tempo em que escrevia. Gabriel
ficou bem atento aos dois movimentos dela: falar e escrever.
− Era
uma vez um leão muito bom que caminhava pela floresta...
De
repente a professora parou:
− Ih,
esqueci-me de perguntar: Era de dia ou de noite?
− Era
de dia...
− E
em que parte do dia? − Gabriel olhou a professora com um ar
inquisidor. − Como assim parte do dia?
A
professora Paulina que estava acompanhando o trabalho, explicou que o dia tem manhã, tarde e noite e que na
primeira parte do dia acontece a manhã a segunda parte do dia é a tarde e a
terceira parte que não tem o sol é a noite. Gabriel pensou e decidiu que seria
tarde.
A
professora Regina leu novamente o que havia escrito apontando cada palavra para
que ele fizesse a associação leitura e escrita, e foi acrescentando as falas de
Gabriel em seguida.
Era
uma vez um leão muito bom que caminhava pela floresta numa tarde fria de
inverno. De repente o frio ficou tão forte que o Leão ficou congelado.
− Coitado
do Leão, e agora? Como vai ser? – Perguntou Prof.ª Regina.
(o
educando Tássio chegou nesse momento à sala de aula)
Foi
aí que apareceu um rapaz chamado Tássio que ao ver o leão congelado[1] aqueceu
água em um fogo e jogou sobre ele.
O
Leão conseguiu se mover um pouco e foi se mexendo até que ele deu um rugido bem
forte.
(A
professora pediu que todos gritassem bem forte para ela saber como foi o rugido
do leão e depois que todo mundo gritou a professora escreveu o que Tássio e
Gabriel haviam dito fazendo as letras grandes do rugido do leão)
Depois
ele sacudiu o pelo (mais uma vez a professora pediu que eles sacudissem o
corpo. As crianças pareciam estarem na floresta) e berrou mais uma vez.
− GRAAAUUURRR...!
GRAAAUUURRR...!
Foi
aí que ele viu Tássio e percebeu que ele o havia ajudado. O Leão agradeceu. E
quando os dois estavam conversando, chegou Wilson e se juntou aos dois. Tássio
falou do frio misterioso que havia chegado de repente e congelado o Leão.
Concluíram
que aquele frio misterioso poderia ter congelado outros animais. O Leão
convidou os dois para seguirem juntos pela floresta. Já iam se esquecendo de
apagar o fogo onde a água tinha sido aquecida, quando Wilson lembrou:
− Esperem,
esperem... Temos que apagar o fogo! Se ele se espalhar pode queimar toda a
floresta.
Nesse
momento chegaram Matheus e Gabriel que quiseram saber o que estava acontecendo.
Tássio contou tudo desde o princípio. Gabriel registrou cada palavra na memória
para depois contar a Prof.ª Regina.
O
Leão era bem grande, muito forte e bonito. Ele podia carregar os meninos em
suas costas e muito mais. Abaixou-se no chão e disse:
(nesse
momento Prof.ª Regina abaixou-se para representar como o Leão fez)
− Subam
nas minhas costas. Se esse vento tão frio me deixou congelado, imagino que tem
outros animais precisando de ajuda. Vamos ajudar?
− Vamos! – As
crianças responderam juntas.
Já
iam subindo nas costas do Leão quando Matheus lembrou:
− Esperem,
temos que levar a água morna! É preciso levar a água para descongelar os
animais!
Apanharam
a vasilha com a água quente e já iam saindo quando o Leão lembrou:
− É
verdade, temos que levar a água, mas como vamos faze isto? Quando eu correr a
água vai se derramar. O que poderemos colocar na vasilha para que a água não se
derrame?
Gabriel
falou indicando um pano que encontrou:
−
Um pano! Um pano poderá cobrir a água!
O
Leão não concordou com ele e explicou:
−
O pano não serve. A água passa pelo pano e vai derramar toda também. Estamos na
floresta. Será que tem alguma coisa aqui para tampar essa vasilha?
Gabriel
olhou em volta e falou:
−
Uma tábua!
−
É, uma tábua serviria... Mas onde tem uma tábua? – Perguntou o Leão.
As
crianças mostraram um tronco caído e, como Matheus tinha uma serra, eles
resolveram serrar o tronco e conseguir uma tábua.
Colocaram
a vasilha no fogo mais uma vez enquanto faziam isso. Para que a água não
ficasse fria. Ainda bem que o fogo não tinha sido apagado quando Wilson pediu
que o apagassem.
Os
rapazes cerraram o tronco e fizeram a tábua que deu certinho para tampar a
vasilha.
Depois
da vasilha tampada, as crianças a retiraram do fogo e o apagaram. Só então
subiram nas costas do leão e seguiram rápido pela floresta levando a água morna
com eles.
Por
onde passavam encontravam animais congelados e jogavam a água quentinha do
mesmo jeito que Tássio fez com o Leão.
O
passarinho recebeu a água, sacudiu o corpo (todo mundo sacode o corpo) e
começou a cantar e a bater as asas
(todo mundo movimentando os braços como se
estivessem batendo asas).
O
coelho estava parado como uma estátua (todo mundo vira estátua igual ao coelho)
e as crianças jogaram água e ele começou a pular, para frente e para trás.
(As
crianças que conseguem se locomover com independência podem fazer esse
movimento de pular para frente e para trás).
(Também
nesse momento as mães chegaram para pegar as crianças e a história precisou ser
encerrada.)
Parecia
mágica. Por onde passavam todos os bichinhos iam acordando só com um pouco da
água morna. A floresta ia ficando bonita novamente e o Sol saiu de detrás das
nuvens e apareceu. Tudo brilhou e todos cantaram com harmonia e muita
felicidade.
FIM
Professora
Paulina perguntou: Quem gostou da história? Quem gostou bate palmas ou dá um
grito. As crianças responderam com gritinhos e palmas. Saíram da sala com os
olhos de vitória. Foi delicioso o trabalho!
[1]
Professora Regina olhou para Tássio esperando a resposta. Paulina o instigou:
Diga Tássio como foi que você fez para descongelar o Leão? Tássio disse que
jogou água sobre ele e professora Regina depois que explicou que água fria não
o descongelaria ouviu Gabriel dizer que a água estava morna. Se percebe aqui um
pouco de religiosidade (água milagrosa ou benta) e um pouco do cotidiano da
criança (água morna que limpa o corpo).
parabéns pela construção de tão linda história...nossas crianças precisam de momentos, onde realmente se sintam parte do processo.
ResponderExcluirObrigada por seu comentário! Desculpe-me a demora em lhe responder.
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