sexta-feira, 15 de agosto de 2014



VIVENDO EXPERIÊNCIAS NA ARGENTINA

1.   INTRODUÇÃO

Bem, de volta a Argentina e prontos para mais 15 dias de aprendizado na Universidade del Salvador e com a linda e bela Buenos Aires.
Sim, linda e bela Buenos Aires... Desde a chegada a essa cidade ao contemplar a beleza de seus edifícios e a beleza de seus parques, ficou-se a perguntar: o que alguns argentinos vão fazer no Brasil? A cidade de Buenos Aires é uma cidade bem organizada de ruas limpas, praças bem cuidadas, e uma arquitetura de fazer sonhar com um tempo de música, amor, beleza e muito respeito. Além do mais o povo é prestativo e alegre.
Mas voltemos para o ponto que levou um grupo de brasileiros a participar de um curso de mestrado tão longe de casa...
No Brasil o acesso ao curso de mestrado é muito difícil. Muitos brasileiros se escrevem para fazê-lo, mas só aqueles que participaram de cursos como alunos ouvintes e que, de alguma forma conseguiram uma aproximação com os professores realmente conseguem romper as barreiras de acesso e adentrarem ao círculo dos mestrandos. Assim, de gastos em gastos investidos para conseguir acessar esse campo e conseguirem não apenas uma especialização mais aprofundada nos conhecimentos que já possuem e também a aquisição de novos conhecimentos, alguns brasileiros desistem.
Fazendo parte desse grupo que desiste, ou desistiu de tentar um mestrado no Brasil, mais especificamente no Estado da Bahia, foi que a oportunidade de conseguir o título de mestre na Argentina foi abraçada com todas as forças e sacrifícios pelo grupo.
Passado o primeiro encontro presencial com os mestres e doutores argentinos em janeiro, em junho estava de volta para o segundo encontro, ou seminário, com novos mestres e doutores.
Precisamente em 25 de junho do ano de 2013, às oito horas, teve início a aula de Epistemologia da Educação, com o Professor, Doutor Luís María Etchevery que de início levou todos a uma jornada de questionamentos sobre o significado da educação e o  para que da educação nessa sociedade.
Depois de minutos belos em que foi sentido o azeitamento de cérebros que pareciam haver esquecido de pensar sobre a profundidade de certos assuntos, outros questionamentos se fizeram ouvir e aconteceu o mergulhar silencioso em um mundo onde tudo existia à volta do ser, mas pouco se tinha olhado e experimentado desse tudo que aí estava.
Veio o intervalo do almoço e ao retornar do grupo o Professor-Doutor brinda a todos com o texto “Que Significa Pensar”.
Após o texto, calma e serenamente as ações e palavras do professor foram atiçando o grupo para pensar. Às vezes pareciam que vapores emergiam dos cérebros e se espalhavam no ar.
Se iniciou um novo posicionamento com relação à forma de encarar conceitos.

2.                 EXPERIÊNCIAS PROPOSTAS PARA CONHECER

Nesse dia mesmo o Professor-Doutor propôs o vivenciar de experiências e apresentou uma lista de situações e objetos (de estudo) para conhecer. Dentre elas e esses um(a) chamou atenção. Não porque fosse a primeira no topo da lista, mas por sua escrita lembrar outra palavra da língua portuguêsa-Brasil que tem um significado de Casa de prostituição; BORDEL; CABARÉ; LUPANAR; PROSTÍBULO.
Claro que na Argentina essa palavra não deveria significar “PUTEIRO”. Deveria significar outra coisa e o primeiro movimento foi questionar ao professor o que era.
Ingênuos brasileiros... Claro que o professor não iria responder, se não qual a graça da experiência? A partir daquele instante um turbilhão de questionamento tomou conta do espírito e aquela palavrinha abriu um misto de curiosidade, alegria, medo e desejo de investigar.
Primeiro caminho? Ora perguntar à internet. Ah, maravilhosa internet onde quase todas as perguntas encontram uma resposta... Lá estava: Puchero é um tipo de ensopado preparado na Argentina, Uruguai e Espanha, especificamente na região da Andaluzia e Ilhas Canárias”[1].
Como a vivência começou a partir das primeiras sensações iniciadas ao visualizar a palavra escrita, mais uma vez uma parada para examinar os sentimentos a partir do significado da palavra, em alguém que nunca havia escutado essa palavra antes, e que pensou em um significado misterioso, desconhecido e num significado possível conhecido e que agora tinha a revelação de um significado real, na relacionado a força de um puxar, ou a uma casa de prostituição.
Que sentimentos foram aflorados depois da descoberta do significado da palavra PUCHERO? Para responder a essa questão foi preciso parar e pensar no movimento do sangue no corpo, no movimento da respiração, no sentimento da aventura, no planejamento prévio de uma estratégia, nas proibições de uma educação severa, na disposição ao risco da aventura, no que acontecia naquele momento, naquele agora da descoberta da apresentação daquela representação prévia. Que se passa?
Um turbilhão de sentimentos ao mesmo tempo e de repente um sorriso... Um sorriso/ Não um gargalhar. A mente passa a se preocupar com outras coisas... A imaginação aflora para um prato com cheiros semelhantes aos do Brasil e daí surge a decisão de experimentar esse prato.
O corpo reage impulsionado pela alegria, pela curiosidade e pelo desejo de sentir o sabor. Mas como? Sem companhia de ninguém? Que graça teria? Que fazer enquanto esperar? Com quem comentar as sensações percebidas pelo paladar já instigado a funcionar pela idéia de saborear o desconhecido prato servido na Argentina? Não, uma experimentação assim tinha que ser em companhia de amigos; no mínimo com pessoas conhecidas que estivessem dispostas a fazer uma experiência dessa natureza e isso, lógico, seria bem fácil já que todos os matriculados no curso de mestrado na turma 02 da NOVVUS teriam de fazer a mesma experiência.



3.                 PLANEJANDO VIVENCIAR A EXPERIÊNCIA.

O primeiro grupo a ser pensado, claro seria o grupo de colegas com o qual já havia uma relação pré-estabelecida desde o Brasil e em seguida o grupo de colegas com o qual a amizade foi estreitada a partir do primeiro seminário que aconteceu em janeiro.
O grupo de colegas cuja relação tinha sido estabelecida no Brasil tinha compartilhado da experiência de pesquisa do significado da palavra e no momento do encontro foi logo de pronto respondendo à pergunta “Vocês já sabem o que é Puchero?”
— Já, já sabemos o que é Puchero; é um prato feito com grão de bico, carnes e verduras. — responderam um tanto quanto decepcionados com a descoberta.
— Sim, mas quando vamos experimentar? Será que tem algum lugar aqui que vende esse prato?
A esse questionamento várias hipóteses foram levantadas e a que mais teve significado é que o prato deveria ser típico e sendo típico em algum lugar deveria ser servido. E assim foi iniciada uma nova investigação: “Onde é possível comer Puchero em Buenos Aires”?
A primeira ideia foi perguntar aos recepcionistas do hotel onde o grupo estava hospedado, mas para surpresa eles não sabiam onde e também não sabiam do prato. Talvez pelo fato de ninguém do grupo dominar a língua e ter dado uma entonação errada na pronúncia da palavra.
Uma nova manhã se iniciava e no momento do café da manhã a inquietação sobre o prato de nome tão estranho fazia com que se questionasse a todos sobre se sabiam o que era e se sabiam onde comer. Graças a essa curiosidade e revelação do interesse em conhecer, a senhora encarregada em servir o café da manhã ao ser questionada pelo grupo revelou saber o que era e deu ao grupo a dica de onde era possível encontrar um restaurante que servisse esse prato.
Novas esperanças alimentaram o coração e no caminho da faculdade, junto com o grupo de colegas ao qual o primeiro grupo tinha um bom relacionamento começaram os planos para a ida ao restaurante e finalmente saborear o prato. Foi com muita alegria que o convite foi feito:
— E então? Vamos comer Puchero hoje após a aula? — Perguntou Regina aos colegas.
— Vamos sim. A que horas agente se encontra? — Delma respondeu com os olhos brilhantes pela novidade.
— Que tal às sete horas no salão do hotel?
— Está ótimo para mim — disse Miguel.
— Então está fechado. Às sete horas todo mundo pronto no salão do hotel. — Finalizou Adriana.
Uma parada nesse momento para pensar nos sentimento e sensações que invadiram a mente nesse instante. O coração batendo mais rápido, os músculos do rosto contraindo-se num sorriso e a vontade de brincar com os colegas, de falar o nome do prato o tempo todo e convidar mais amigos para dividir o momento com mais pessoas. Além disso, durante o caminho brincávamos com o efeito da nossa respiração no ar frio que envolvia o grupo.
Que manhã deliciosa, alegre e excitante, apesar do frio, foi aquela! Parecia que o calor de um prato ainda desconhecido envolvia o grupo que caminhava rápido, conversando alto e comentando vários assuntos ao mesmo tempo misturando-os tal qual os ingredientes do prato que tanta curiosidade e alegria trazia a todos como a energiza-lo, tal qual o sol.
Na faculdade o grupo relatou sobre o propósito de ir experimentar o Puchero. As colegas do município de Amargosa indicaram um restaurante e falaram um pouco sobre o prato, mas os grupos pouco se demoraram comentando a ideia, pois logo o professor-doutor adentrou a sala e após um exame ao grupo com um olhar curioso, fez a chamada e a aula teve início.

“Por que há crianças/pessoas que não querem aprender”?
“É preciso saber por que não o querem e descobrir a forma de motivá-las. E uma vez descoberta a forma de motivá-las, de interessarem-se por um tema/assunto, ver a maneira de trabalhar com elas de forma que compreenda o assunto”
“O professor é quem põe e suprime a distância. O segredo do professor é saber e conhecer a distância entre o objeto de estudo e o sujeito aprendiz”. (Prof. Dr. Luís María Etcheverry, em sala de aula na USAL, para alunos do mestrado Turma 02 da NOVVUS, Buenos Aires – Argentina, em 26 de junho de 2012).

Nova parada para analisar os sentimentos induzidos por essas palavras: O professor fez isso com o grupo ao apresentar a lista de experiências propostas para conhecer. Mais ainda, quando deu a orientação do que deveria ser observado com relação aos sentimentos, às sensações, aos conceitos que se formariam, etc. Nesse momento um sentimento de admiração pelo professor e mais uma vez a lembrança do projeto de conhecer o prato de estranho nome aflorou à mente.

Por um momento quase que não foram escutadas as palavras do professor. Mas ele já estava falando de conceitos e não simplesmente dando uma explicação, mas induzindo o grupo a pensar sobre conceitos ao fazer os seguintes questionamentos: “Conceito Arbitrário?, Conceito Inconsistente?, Conceito Inviável”?

Nossa, que susto ao dar-se conta que há tantas possibilidades para conceito... E novo pensamento: Qual seria o conceito de Puchero? Como descobrir a história? Naquela noite o grupo iria comer um prato, cujo nome parecia engraçado, mas nada mais se bia sobre ele. Qual sua origem? Por que este nome?
Uma nova consciência: Era preciso saber a história do prato. Fato constatado e ampliado com o que o Professor-Doutor Etcheverry dizia naquele momento: “Os animais não trabalham com conceitos. Trabalham vivenciando a realidade”.
Sim, iria ser feita uma vivência da realidade naquela noite com o experimento do prato Puchero, mas havia a necessidade aflorada naquele momento de saber a história daquele prato. Onde consegui-la? Talvez a forma mais rápida seria a internet. Sim a internet... Quem sabe?

A aula continuava abordando o Mundo Ideal (MI) e Mundo Sensível (MS). MI ligado às representações e MS Ligado às apresentações.  E a dialética entre esses dois mundos faz com que o Mundo Sensível (MS) se eleve até o Mundo das Ideias (MI).




E o pensamento do experimento a ser feito se misturava ao que iria ser feito à noite e ao que deveria ser observado durante o experimento.

4.                 O Experimento e Novas descobertas

Ao término da aula e de volta ao hotel os estudantes correm a cuidar de estarem pontos para a saída às sete horas da noite, como foi acordado durante a manhã. O restaurante escolhido foi o indicado pelas colegas da cidade de Amargosa no estado da Bahia – Brasil: Restaurante “El Globo”.
No momento do encontro outros se juntam ao grupo e partem para fazer o experimento. Nesse momento o grupo se multiplica por dois e membros de duas equipes partem juntos para o experimento. São eles: Adriana Moreira, Cristina Ferraz, Delma Nascimento, Jeane Freitas, Miguel Santana, Regina de Macedo.
Seis pessoas não cabem em um carro pequeno e por esse motivo todos saem juntos, mas em carros separados. Durante o trajeto os membros do grupo formado por Cristina, Regina e Adriana conversam com o motorista do táxi sobre o prato que vão experimentar e aí se consegue novas informações sobre o mesmo ou seja: O prato Puchero.
Segundo o motorista do Táxi, esse prato teve sua origem  na Espanha em meio à classe popular e foi criado em época de escassez utilizando uma combinação de carnes bovinas de segunda categoria e carne de porco e frango, combinados com legumes, grãos e verduras. Além de ser um prato barato e que alimentava muitas pessoas ele podia durar vários dias. Segundo ele o prato é feito em uma panela grande e posto  na “cocina de leña”.
Uma parada para pensar no que seria “Cocina de Leña”. A imaginação fez com que fosse visualizada uma cozinha feita de toros de madeira e nesse momento foi solto um suspiro sonhador de quem de repente voou até o século 16 quando as casas eram feitas assim. Adriana, única nesse grupo a dominar o castellano nos informou que o motorista se referia ao que no Brasil é conhecido como fogão a lenha. O sonho pareceu explodir no ar como uma bola de sabão.
O pensamento voa para a aula do dia 25 de junho ao lembrar o texto “Método Zen de Estudio a partir de Shunryu Suzuki”[1].

“A naturalidade consiste em algo assim como se sentir independente de tudo, ou em certa atividade baseada em nada”.
“É semelhante a uma semente que não tem ideia de ser certa planta em particular, porém tem sua própria forma e está em perfeita harmonia com o solo, com o ambiente”.

Ao chegarmos ao restaurante indicado/sugerido e marcado, o mesmo encontrava-se fechado. O grupo deu muitas risadas, tirou fotos do local tentando registrar a sua intenção e esforço em realizar o trabalho.
O restaurante estava fechado... Aqui uma parada para analisar os sentimentos, a sensação causada pelo restaurante fechado: Um misto de surpresa, tristeza e decepção invade a mente e o corpo.
— Não é possível, gente! Como está fechado? Será que só abre aos finais de semana? — Foram os questionamentos partidos de todos. A rua com pouco movimento, o grupo curioso aproximava o nariz do vidro do restaurante sem acreditar que ele não fosse abrir.


As palavras no vidro chamava atenção e alguém pensou em tirar uma fotografia para ilustrar o primeiro informe grupal que seria apresentado ao Professor-Doutor no último dia de seminário, ou seja, na parte da tarde do dia 27 de janeiro de 2012. Jeane Freitas foi a fotógrafa.


Estando próxima ao passeio defronte ao local onde o grupo estava, Jeane localizou uma cafeteria e propôs que o grupo fosse até lá, pois estava muito frio.
Ao lado do restaurante El Globo vimos uma placa da Federação Argentina de Empregadores de Comércio e Serviços. O grupo foi até lá, pois o item quatro da “lista de experiências propostas para conhecer” era justamente “conseguir um trabalho”. Ainda estava aberta; uma jovem atendeu a todos com cortesia. Foi-lhe solicitado informações sobre como conseguir emprego. A jovem deu a orientação de procurar um outro local a oito quadras dali, o Hotel Continental; pois no local referido não havia vagas.
Após recebida as informações na Federação Argentina de Empregadores o grupo se dividiu e saíram em alguns momentos em dupla, em outros trio e até aconteceu de um membro estar sozinho e chamar o outro para observar algo avistado através da vitrine das casas comerciais existentes no entorno do restaurante escolhido. Impossível nesse momento recordar como aconteceu a descoberta do restaurante que o grupo encontrou para fazer uma nova experiência saboreando outro prato que também constava na lista de experiências, mas o fato foi que, num atravessar de rua, em uma esquina entre a rua Tucuman e San Martin, foi avistado na vitrine o prato Locro pela colega Delma.
 Um olhar mais atento para o restaurante foi observado que estava com as luzes acesas e havia pessoas trabalhando na arrumação das mesas. Uma nova sensação foi percebida: havia naquele instante a esperança da saída para o planejado jantar com a realização de uma experiência não ser em vão. Descortinava-se a possibilidade de experimentar um outro componentes da lista, o LOCRO.

Uma inquietação invadiu o ser e nesse instante Miguel bateu à porta do restaurante. Os trabalhadores faziam gestos e Miguel insistia em chama-los com gestos e um sorriso nos lábios a repetir “sí, sí...”
A insistência de Miguel foi tamanha que um dos trabalhadores do restaurante, um garçom,  depois de trocar algumas palavras com outro trabalhador que estava próximo ao balcão caminhou até a porta. Ao abrir a porta e falar ao grupo, percebeu que se tratava de estrangeiros. Adriana se aproximou para explicar o que o grupo queria e perguntou sobre o prato Locro. Aqui uma nova parada para analisar sentimentos e experiência: O grupo se preparou para experimentar o Puchero, mas agora surgiu a oportunidade de experimentar o Locro. Que se passa? Se passa a mudança de planos e rapidamente o preparar-se para outra pesquisa e outra experiência.
Todos atentos, o coração a bater acelerado... . O garçom nos explicou que é uma comida de originária dos Andes, consumida em períodos de frio por ser muito substanciosa e calórica. Composta de milho branco, feijão branco, toucinho, chouriço, carnes de segunda de porco e boi. Resolvemos experimentá-la. Perguntamos ao garçom sobre essa possibilidade. Ele nos disse que o restaurante ainda não estava aberto. Miguel perguntou se não era possível deixar o grupo entrar, pois estava muito frio e o fato do grupo ter vindo de uma parte do Brasil onde o grau mais baixo de temperatura era de 22, estavam todos estranhando muito a temperatura. O trabalhador trocou mais algumas palavras com o outro e concordou em deixar o grupo adentrar ao recinto.
Sentados à mesa fotos foram tiradas para o registro, afinal fotografias são documentos. Para que todos aparecessem na fotografia Miguel solicitou ao garçom que batesse a fotografia e esse, gentilmente atendeu ao pedido. A fotografia ficou ótima.



Tratava-se do restaurante “La Posada 1820” situado na “Rua Tucunán 501 (esquina San Martin) ciudad de Buenos Aires”. Um local muito agradável com uma decoração pitoresca onde era possível ver em exposição muitos utensílios antigos que davam aos clientes a sensação de uma viagem no tempo: malas antigas, panelas antigas, bandejas, máquina de costura e bandeiras de outros países, e uma delas era a bandeira do Brasil. Quanta emoção atingiu o coração! Impossível não tirar uma fotografia e de repente uma parada para analisar sentimentos.



A visão da bandeira e o sentimento de alegria e saudade se misturando na mente.
A aula mais uma vez volta a se mistura aos pensamentos: Mundo dos Sentimentos (MS) dialogando com o Mundo Ideal (MI) fazendo emergir a imagem da pátria e a saudade dos familiares que estão distantes e que também fazem o sacrifício da distância, da despesa para que haja a progressão profissional do mestrando.
Um silenciar rápido invadiu a mesa; a chegada do vinho à mesa motivou o brinde aos familiares distantes e ao sucesso no trabalho proposto.
A ida ao restaurante serviu para aproximar mais ainda os colegas e muitos assuntos surgiram sobre suas famílias e sobre os trabalhos que fazem no Brasil. Serviu também para atrair atenção de argentinos que compareceram ao local depois e também aconteceu um enamorar entre o garçom e um dos membros do grupo. Foi a oportunidade de vivenciar outra das experiências solicitadas: “Um Enamoramiento”.
Não um “enamoramiento” entre um homem e uma mulher, mas um flerte homossexual. Esse acontecimento fez refletir o quanto ainda, os brasileiros estão vestidos de uma cultura preconceituosa; ainda é difícil aceitar outra cultura ou outra forma de ser/agir. A própria pessoa que foi paquerada, sendo segura das sua posição e escolha, se constrangeu com o ato acontecido em público. Comentou com as colegas que no Brasil os homossexuais ainda não têm essa abertura de comportamento.

Os pratos foram servidos. A comida saboreada com cuidado. O sabor parecido com o da dobradinha brasileira só que mais suave.




A conta foi pedida, a despesa repartida entre os colegas, agora mais amigos. O grupo retornou ao hotel.
      
2.      Conclusão da Experiência

Chegando ao hotel os amigos se dirigiram para o salão de alimentação e bebericando um pouco de vinho novos questionamentos: O que trouxe ao grupo essas experiências? Quais estruturas foram mexidas?
Que tipo de conhecimento acerca dos pontos levantados foi construído?
Foi possível perceber que houve uma mudança no comportamento de todos enquanto agentes e observadores.
Coisas que se pensava conhecer se teve a oportunidade de vivenciar com outra óptica, agregando outro sentido. Coisas que não eram conhecidas foi oportunizado experimentar ou conhecer através dos registros históricos e outras foi possível pesquisar e debater.
O trabalho apresentado na aula do Professor-Doutor Luís María Etcheverry foi concluído com a citação de Heidegger que diz que “[...] fazer uma experiência com algo significa que algo nos passa, nos alcança; que se apodera de nós, que nos tomba, e nos transforma”. 

Ainda fez-nos compreender o pensamento desse mesmo autor quando ele diz que viver uma experiência é andar e desandar os caminhos para retornar ao lugar onde já nos encontrávamos.

Regina Maria Oliveira de Macedo.




























[1] Texto contido no módulo disponibilizado pelo Prof. Dr. Luís Ma. Etcheverry com referência a SUZUKI, Shunryu, Mente Zen, mente de principiante, Estaciones, Bs. As., 1994.


[1] Página da Internet Na Biroskinha. Endereço: http://www.nabiroskinha.com/2009/10/puchero-e-um-tipo-de-ensopado-preparado.html

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