segunda-feira, 2 de abril de 2012

AS BOLAS DE PINDORAMA

Bem, o mês de abril está aí. Em breve estaremos comemorando o dia do Índio 19 de abril.
E encontrei um texto que foi construído em sala de aula com as crianças do AEE, usando a técnica  "Snow Ball" (Bola de Neve). Espero que gostem.


BOLA DE NEVE

TEMA OS ÍNDIOS BRASILEIROS

Introdução: Depois de ler com as crianças os textos das páginas 23, 24, 50 e 51 do livro “História: 1ª Série de José William Vesentini, Dora Martins Dias e Silva, Marlene Pécora – editora Ática; 2001” comentamos o texto e algumas coisas do texto foi chamada atenção pelas crianças, por exemplo, o Matim: Personagem folclórica indígena a qual a índia do texto lido faz referência. Falamos do vento que passa nos troncos ocos da mata e fazem o barulho do assovio que a índia Celina Tembé diz escutar. Em seguida apanhei um bocal de caneta hidrográfica e soprei nele fazendo aparecer os assovios. Disse as crianças: “Isto pode ser o som que as crianças ouvem na mata e pensam que é o tal monstro do qual a menina índia, Celina Tembé, está falando aqui no texto”.
1.     Pedi às crianças que fechassem os olhos e imaginassem a floresta cheia de árvores;
2.     imaginassem a oca onde Celina mora;
3.      Imaginassem ela deitada na rede, dentro da oca e o vento soprando nas folhas das árvores da floresta.
As crianças fizeram isto. E pareciam viajar em um sonho. Soprei o bocal.
Continuei a falar: “Celina está com medo. Ela está escutando o Matim. A mãe dela diz que o Matim não existe, mas Celina e as irmãs o estão escutando e por mais que a mãe diga que é o vento nas cavidades da floresta Celina não sai da rede. Nem ela e nem seus irmãos.

Início da atividade: Muito bem, agora nós vamos fazer uma história. Eu começo e depois cada um de vocês vai falando um pedaço para completar a fala do outro. Eu vou registrando o que vocês falarem e depois leio para vocês corrigirem se eu escrevi alguma coisa errada ou se esqueci de registrar algo está bem assim? Bem, permaneçam de olhos fechados imaginando a tribo lá no meio da floresta...



As Bolas de Pindorama
(Por Regina maria Oliveira de Macedo; Hariela Cristina de Araújo Teixeira; Ismael Texeira Pereira Neto e Carla Verônica Nunes.)

Em um País chamado Pindorama vive feliz o povo da Tribo Tembé. Eles pescam no rio usando arco e flecha e também caçam jacarés... Eles também apanham frutas para comerem e dormem em redes[1]. Eles também tocam chocalho, tambor, flauta, roi-roi e fazem uma porção de coisas[2].

Um dia uma menina índia chamada Hariela e um menino índio chamado Ismael estavam[3] deitados na rede dentro da oca[4] quando apareceu uma bola grandona[5]. Dentro da bola tinha um elefante grandão e um peixe dentro de um ovo grandão[6]. O peixe era imenso... Tão grande quanto o elefante[7]!...
A bola fazia um barulho enorme: BLOONNG, BLUONG, BLONNG.
Hariela levantou da rede e se aproximou da bola[8]. Ismael foi atrás dela e socou a bola[9]. Com o seu soco a bola explodiu todinha...
As crianças saíram correndo[10].

Fora da oca tinha muitas bolas iguais aquela.[11] Ismael e Hariela saíram esmurrando as bolas “Pou”, “pou’... e as bolas iam explodindo: Bum!, Bum![12]
Logo depois das bolas vinham dois ovos grandões.[13] Ismael tocou em um ovo e Hariela em outro...[14] E os dois explodiram... e os dois morreram.[15]

As duas crianças salvaram a tribo.[16]
Aqui a Profª. Carla que estava junto assistindo a aula, atenta à história que as crianças contavam interferiu:
— “Ah, não! As crianças morreram? Isto é que não: Os pais das crianças chamaram o Pajé e pediram ao Pajé que fizessem as crianças voltarem à vida. O Pajé fez um remédio e passou no corpo de Hariela e de Ismael e eles voltaram a viver.[17]
— “Tá amarrado”![18] — Hariela gritou assustada.
— “É sim”! — Continuou a Profª Carla. — A Índia Hariela ficou com a força do peixe e Ismael ficou com a força do elefante.[19]
— É... e nunca mais na tribo ninguém mais correu perigo.[20]
— “E nunca mais na tribo faltou alegria e comida. Fim”.[21]


— “Fim nada. E qual vai ser o título da história”?[22]
— “Pindorama! Disse Hariela.
— “Pindorama? Mas pouco se fala de Pindorama”...[23]
— “Ah, já sei Pró: As bolas de Pindorama”[24] – Disse Ismael todo contente.
— “Taí, acho um bom título. “As Bolas de Pindorama" e ponto final.[25]



[1] Fala de Ismael Teixeira Pereira Neto
[2] Fala de Hariela Christina de Araújo Teixeira
[3] Fala da Profª. Regina Maria Oliveira de Macedo
[4] Fala de Hariela Christina de Araújo Teixeira
[5] Fala de Ismael Teixeira Pereira Neto
[6] Idem: Fala de Ismael Teixeira Pereira Neto
[7] Idem: Fala de Ismael Teixeira Pereira Neto
[8] Fala da Profª. Regina Maria Oliveira de Macedo
[9] Fala de Ismael Teixeira Pereira Neto
[10] Hariela Christina de Araújo Teixeira
[11] Hariela Christina de Araújo Teixeira
[12] Ismael Teixeira Pereira Neto
[13] Idem: Fala de Ismael Teixeira Pereira Neto
[14] Fala da Profª. Regina Maria Oliveira de Macedo
[15] Fala de Ismael Teixeira Pereira Neto
[16] Fala de Hariela Christina de Araújo Teixeira
[17] Fala da Profª Carla Verônica Nunes
[18] Fala de Hariela Christina de Araújo Teixeira em tom de assombro.
[19] Fala da Profª Carla Verônica Nunes
[20] Fala de Ismael Teixeira Pereira Neto
[21] Fala de Hariela Christina de Araújo Teixeira
[22] Fala da Profª. Regina Maria Oliveira de Macedo
[23] Idem: Fala da Profª. Regina Maria Oliveira de Macedo
[24] Fala de Ismael Teixeira Pereira Neto
[25] Fala da Profª. Regina Maria Oliveira de Macedo


9 comentários:

  1. Respostas
    1. Muito agradecida.
      Meus educandos são minha inspiração.
      Um abraço,

      Regina Maria

      Excluir
  2. Achei maravilhosa a ideia... Ótimo trabalho... Dia maravilhoso... Saudades... Que Deus continue abençoando sua vida!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Carla, Realmente foi um dia maravilhoso o dia em que essa história foi construída com as crianças. Toda vez que leio esse texto me transporto para aquela data e uma boa energia me invade.
      Que Deus esteja sempre com você.

      Regina Maria

      Excluir
  3. Que belo trabalho.. Voce continua sensivel como uma criança que conheci a 30 anos atrás.Que bom que voce não mudou.Sua eterna amiga que nunca te esqueceu, Sonia-Feira de Santana

    ResponderExcluir
  4. Que belo trabalho.. Voce continua sensivel como uma criança que conheci a 30 anos atrás.Que bom que voce não mudou.Sua eterna amiga que nunca te esqueceu, Sonia-Feira de Santana

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Puxa! Que alegriasaber de você, Sônia. Também não esqueci de você. Das manhãs em que organizavamos o Jornal e das tardes em que o montávamos. Como nossas colegas ficavam ansiosas esperando pelo momento em que terminávamos de montá-lo! E nossas travessuras? Os feitiços de araque que montávamos para assustar professores superticiosos? E as peças de teatro? Quanta saudade! Você tinha cada idéia! Como era boa nossa equipe! Ah, quanta saudade!
      Que bom esse Blog ter chegado até você.
      Um grande abraço Sônia e muiailto obrigada pelo comentário.
      Meu e-mail é regina.macedo@gmail.com

      Excluir