Bem, hoje, primeiro de abril, o meu trote para os leitores será o que se segue: não publicarei uma história, mas um texto que fiz para orientar um colega quanto ao Atendimento Educacional Especializado. Espero que gostem.
PASSOS PARA O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO - AEE
Por Regina Maria Oliveira de Macedo
1. Diagnóstico:
Nesse momento o professor de
Apoio se concentra em observar o educando. São apresentados instrumentos de
trabalhos e o profissional trabalha junto com o educando.
2. Planejamento:
O planejamento parte de um
projeto pedagógico geral onde todos os profissionais do NACPC participam. O
objetivo é que todos falem a mesma linguagem e o educando se sinta envolvido em
um universo único.
A partir desse projeto
pedagógico, do que foi diagnosticado, e
a partir do que a criança traz da escola regular e do que o professor
responsável pela itinerância traz da escola do educando em suas visitas, é
feito o planejamento mensal, semanal ou diário.
3. Materiais
Os materiais são variados:
Jogos, material de artes, livros didáticos,
livros para didáticos, cartazes, revistas descartadas, embalagens, objetos
diversos, material que o educando traz para o AEE, material construído pelo
professor, material construído pelo educando...
4. Metodologia/Estratégia
No máximo são atendidos seis
educandos por hora. Ao final da jornada diária devem ter sido atendidos uma
média de 12 educandos no total.
Semanalmente o profissional de
apoio educacional atende cerca de 20 educandos divididos em dois grupos com 03 atendimentos semanais, cada um (Segunda quarta e sexta e terça, quinta
e sábado).
Observação: No caso da rede
pública, os profissionais não atendem aos sábados. Nesse dia o educando recebe
outros atendimentos como: capoeira, natação, hidroterapia, terapia ocupacional,
etc.
Os trabalhos são desenvolvidos
próximo ao educando, com ele sentado de forma que o professor esteja ao seu alcance, à sua altura proporcionando conforto ao olhar, à postura da cabeça e
de forma que o educando não venha a se sentir intimidado (tímido).
O profissional deve participar
dos jogos com os educandos sempre que houver espaço para isto, ou substituindo
uma ausência ou aquele que por algum motivo não quer participar.
Nos Jogos, encarar o fato de ser
vencido pelo(s) educando(s) com naturalidade e ficar alegre com suas vitórias.
A estratégia de participar
ativamente junto com o educando ou com os educandos faz com que ele ou eles
sintam-se parte, sintam-se parceiros do professor. Tenham a visão do professor
como o amigo que ensina e fonte de esclarecimento de suas dúvidas.
O professor nunca deve mentir ao
educando. Quando não souber a resposta deve dizer que não a tem naquele
momento, mas que vai investigar para dar a ele uma resposta precisa. O aluno
deve perceber o professor como um mediador de conhecimento e não o detentor das
verdades e saberes absolutos.
Essa postura proporciona momentos
em que acontecem conversas, queixas, desabafos de lembranças de algo que
aconteceu e que os incomodou, etc.
Fazer leituras apontadas, analise
de figuras, análise de textos, criação de textos.
Os assuntos devem ser bem
diversificados: História, religião, política, ciências, Literatura, em fim tudo
o que um cidadão precisa saber.
Algumas vezes o educando está
angustiado por alguma coisa que não compreendeu e muitas vezes ele sente que é
um peso para seus responsáveis e tem medo do abandono. Também cabe ao
profissional do AEE tranquiliza-los quanto a isto e é nesse sentido que são
tratados os assuntos de política, de sociologia, de religião.
O espaço do AEE é dinâmico.
Atende-se crianças de modalidades de ensino Infantil e Fundamental, desde o
maternal até a oitava série e em um mesmo espaço.
Os profissionais precisam estar
preparados para enfrentar o que acontecer: Choros repentinos, birras,
novidades, ansiedades, problemas de saúde repentinos, problemas sentimentais,
comportamentos diversos, assuntos diversos do planejado e fazer com que todos
compreendam o que está sendo tratado.
[1]
Atendimento Educacional Especializado /Diretoria de Educação Especial /
Superintendência de Educação / Subsecretaria de Desenvolvimento da Educação /
Secretaria de estado de Educação de Minas Gerais
5. Avaliação:
Durante o atendimento o professor
observa, faz registros, dá visto nas atividades que os educandos realizam
durante o atendimento, sempre com uma palavra de carinho, de alegria e
principalmente de estímulo.
Nunca a recomendação de que o
aluno pode fazer melhor, ou que está melhorando. O educando sabe se está
melhorando ou se pode fazer melhor sem precisar que lhe seja dito. Se ele fez
melhor que da última vez, o professor deve demonstrar a alegria de ter visto
isto, deve demonstrar o interesse em participar desse crescimento.
O que se pretende com o apoio ou
a complementação é que os alunos encontrem respostas às suas necessidades
educacionais especiais.
É importante que o educando sinta
que seu bom desempenho é percebido pelo professor e que isto é uma alegria, é
motivo de grande satisfação.
Sempre que possível o professor
deve analisar os trabalhos que os educandos fizeram junto com eles. As
observações devem ser de compreensão, de alegria. Observações de incentivo já
estão embutidas nessas observações.
Não falar de falhas do educando
com outras pessoas salvo se for para esclarecimento de dúvidas ou com o
propósito de fazer um trabalho melhor com o educando.
Às vezes os acompanhantes falam
com os professores na frente do educando, de suas descrenças no sucesso dele.
Nesses momentos a conversa deve ser interrompida de forma delicada e
evidenciado para essa pessoa o que o professor percebe de sucesso e enumerar os
aspectos de sucesso registrados.
Quando há a necessidade de um
momento em particular com o responsável pela criança, esse encontro é feito nos
horários de atividade complementar específico para esse fim e junto com a
pessoa responsável pela coordenação do trabalho.
É muito importante haver o
diálogo entre os profissionais do AEE. Sejam eles da Informática, da educação
física, da fisioterapia, da fonoterapia, da terapia ocupacional, da
psicologia... Em fim com o colega que pode dar uma informação a mais sobre o
educando ou que pode auxiliar o trabalho orientando quanto à forma de estimular
melhor um membro, ou analisando em conjunto um comportamento observado,
registrado, uma postura... Em fim é o momento em que os profissionais
envolvidos no processo podem chamar de “Troca de figurinhas”. Acontece nos ACs,
na hora do intervalo do lanche, num horário vago.
Muitas vezes um profissional de
Fonoterapia, de Terapia Ocupacional ou de Fisioterapia participa do atendimento
para observar o educando, suas reações, suas necessidades... Essa participação
interdisciplinar é muito importante e complementa o trabalho.
Registro:
Os profissionais de AEE não podem se descuidar do registro das evoluções dos educandos.
O registro pode ser feito com sinais rápidos
que fará o professor lembrar o que aconteceu naquele momento: Palavras, Sinais,
comentários.
Sempre que anotar algo em seu
caderno de registro na vista do educando, esse deve ser informado do que está
sendo anotando. Por exemplo: Se a mãe não o leva à escola, anotar: O educando X
informou que não foi para a escola hoje. E também informar se ele ficou
chateado porque não foi a escola ou se compreendeu porque não foi.
Registrar conversas que achar
importantes, às vezes até transcrever o diálogo.
Registrar conquistas, medos,
alegrias, avanços e regressos.
Registrar o que foi trabalhado e
como o educando respondeu ao trabalho: se participou, se não participou, se
houve interesse, se não houve, em fim que emoções o educando expressou com a
atividade.
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