domingo, 1 de abril de 2012

PASSOS PARA O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO - AEE


     Bem, hoje, primeiro de abril, o meu trote para os leitores será o que se segue: não publicarei uma história, mas um texto que fiz para orientar um colega quanto ao Atendimento Educacional Especializado. Espero que gostem.

PASSOS PARA O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO - AEE
Por Regina Maria Oliveira de Macedo

1.            Diagnóstico:
Nesse momento o professor de Apoio se concentra em observar o educando. São apresentados instrumentos de trabalhos e o profissional trabalha junto com o educando.

2.            Planejamento:
O planejamento parte de um projeto pedagógico geral onde todos os profissionais do NACPC participam. O objetivo é que todos falem a mesma linguagem e o educando se sinta envolvido em um universo único.
A partir desse projeto pedagógico,  do que foi diagnosticado, e a partir do que a criança traz da escola regular e do que o professor responsável pela itinerância traz da escola do educando em suas visitas, é feito o planejamento mensal, semanal ou diário.

3.            Materiais
Os materiais são variados:
Jogos, material de artes, livros didáticos, livros para didáticos, cartazes, revistas descartadas, embalagens, objetos diversos, material que o educando traz para o AEE, material construído pelo professor, material construído pelo educando...

4.            Metodologia/Estratégia
No máximo são atendidos seis educandos por hora. Ao final da jornada diária devem ter sido atendidos uma média de 12 educandos no total.
Semanalmente o profissional de apoio educacional atende cerca de 20 educandos divididos em dois grupos com 03 atendimentos semanais, cada um (Segunda quarta e sexta e terça, quinta e sábado).

Observação: No caso da rede pública, os profissionais não atendem aos sábados. Nesse dia o educando recebe outros atendimentos como: capoeira, natação, hidroterapia, terapia ocupacional, etc.

Os trabalhos são desenvolvidos próximo ao educando, com ele sentado de forma que o professor esteja ao seu alcance, à sua altura proporcionando conforto ao olhar, à postura da cabeça e de forma que o educando não venha a se sentir intimidado (tímido).

O profissional deve participar dos jogos com os educandos sempre que houver espaço para isto, ou substituindo uma ausência ou aquele que por algum motivo não quer participar.

Nos Jogos, encarar o fato de ser vencido pelo(s) educando(s) com naturalidade e ficar alegre com suas vitórias.

A estratégia de participar ativamente junto com o educando ou com os educandos faz com que ele ou eles sintam-se parte, sintam-se parceiros do professor. Tenham a visão do professor como o amigo que ensina e fonte de esclarecimento de suas dúvidas.

O professor nunca deve mentir ao educando. Quando não souber a resposta deve dizer que não a tem naquele momento, mas que vai investigar para dar a ele uma resposta precisa. O aluno deve perceber o professor como um mediador de conhecimento e não o detentor das verdades e saberes absolutos.

Essa postura proporciona momentos em que acontecem conversas, queixas, desabafos de lembranças de algo que aconteceu e que os incomodou, etc.

Fazer leituras apontadas, analise de figuras, análise de textos, criação de textos.
Os assuntos devem ser bem diversificados: História, religião, política, ciências, Literatura, em fim tudo o que um cidadão precisa saber.

Algumas vezes o educando está angustiado por alguma coisa que não compreendeu e muitas vezes ele sente que é um peso para seus responsáveis e tem medo do abandono. Também cabe ao profissional do AEE tranquiliza-los quanto a isto e é nesse sentido que são tratados os assuntos de política, de sociologia, de religião.

O espaço do AEE é dinâmico. Atende-se crianças de modalidades de ensino Infantil e Fundamental, desde o maternal até a oitava série e em um mesmo espaço.

Os profissionais precisam estar preparados para enfrentar o que acontecer: Choros repentinos, birras, novidades, ansiedades, problemas de saúde repentinos, problemas sentimentais, comportamentos diversos, assuntos diversos do planejado e fazer com que todos compreendam o que está sendo tratado.

 “O atendimento educacional especializado não deve ser confundido com o reforço escolar nem com o atendimento clínico, tampouco como substituto dos serviços educacionais comuns. Ressalta-se que a escolarização (o desenvolvimento educacional das competências e habilidades relativas aos níveis de ensino) dos alunos com deficiências e condutas típicas deve ser um compromisso da escola e compete à classe comum, que deve responder às necessidades dos educandos com práticas que respeitem as diferenças”.[1]



[1] Atendimento Educacional Especializado /Diretoria de Educação Especial / Superintendência de Educação / Subsecretaria de Desenvolvimento da Educação / Secretaria de estado de Educação de Minas Gerais


5. Avaliação:
Durante o atendimento o professor observa, faz registros, dá visto nas atividades que os educandos realizam durante o atendimento, sempre com uma palavra de carinho, de alegria e principalmente de estímulo.

Nunca a recomendação de que o aluno pode fazer melhor, ou que está melhorando. O educando sabe se está melhorando ou se pode fazer melhor sem precisar que lhe seja dito. Se ele fez melhor que da última vez, o professor deve demonstrar a alegria de ter visto isto, deve demonstrar o interesse em participar desse crescimento.

O que se pretende com o apoio ou a complementação é que os alunos encontrem respostas às suas necessidades educacionais especiais.

É importante que o educando sinta que seu bom desempenho é percebido pelo professor e que isto é uma alegria, é motivo de grande satisfação.

Sempre que possível o professor deve analisar os trabalhos que os educandos fizeram junto com eles. As observações devem ser de compreensão, de alegria. Observações de incentivo já estão embutidas nessas observações.

Não falar de falhas do educando com outras pessoas salvo se for para esclarecimento de dúvidas ou com o propósito de fazer um trabalho melhor com o educando.

Às vezes os acompanhantes falam com os professores na frente do educando, de suas descrenças no sucesso dele. Nesses momentos a conversa deve ser interrompida de forma delicada e evidenciado para essa pessoa o que o professor percebe de sucesso e enumerar os aspectos de sucesso registrados.

Quando há a necessidade de um momento em particular com o responsável pela criança, esse encontro é feito nos horários de atividade complementar específico para esse fim e junto com a pessoa responsável pela coordenação do trabalho.

É muito importante haver o diálogo entre os profissionais do AEE. Sejam eles da Informática, da educação física, da fisioterapia, da fonoterapia, da terapia ocupacional, da psicologia... Em fim com o colega que pode dar uma informação a mais sobre o educando ou que pode auxiliar o trabalho orientando quanto à forma de estimular melhor um membro, ou analisando em conjunto um comportamento observado, registrado, uma postura... Em fim é o momento em que os profissionais envolvidos no processo podem chamar de “Troca de figurinhas”. Acontece nos ACs, na hora do intervalo do lanche, num horário vago.

Muitas vezes um profissional de Fonoterapia, de Terapia Ocupacional ou de Fisioterapia participa do atendimento para observar o educando, suas reações, suas necessidades... Essa participação interdisciplinar é muito importante e complementa o trabalho.


Registro:
Os profissionais de AEE não podem se descuidar do registro das evoluções dos educandos.
O registro pode ser feito com sinais rápidos que fará o professor lembrar o que aconteceu naquele momento: Palavras, Sinais, comentários.
Sempre que anotar algo em seu caderno de registro na vista do educando, esse deve ser informado do que está sendo anotando. Por exemplo: Se a mãe não o leva à escola, anotar: O educando X informou que não foi para a escola hoje. E também informar se ele ficou chateado porque não foi a escola ou se compreendeu porque não foi.

Registrar conversas que achar importantes, às vezes até transcrever o diálogo.

Registrar conquistas, medos, alegrias, avanços e regressos.

Registrar o que foi trabalhado e como o educando respondeu ao trabalho: se participou, se não participou, se houve interesse, se não houve, em fim que emoções o educando expressou com a atividade. 

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