V. O MOLEIRO
Oriana saiu da casa do lenhador e pensou:
- Hoje é dia de feira. O moleiro foi à cidade
vender a farinha. A mulher foi com ele e levou os onze filhos. Vou a casa dele
ver o que lá falta.
E foi a casa do moleiro. A porta estava fecha a
chave. Mas Oriana tocou na fechadura com a varinha de condão e a porta
abriu-se. A casa estava toda desarrumada. Estava tudo de pernas para o ar e
tudo estava coberto de farinha. Estava tudo fora do lugar porque a mulher do
moleiro tinha onze filhos e era muito desordenada e distraída e nunca tinha
tempo para nada. Não fosse Oriana não se poderia viver naquela casa.
Oriana entrou e olhou a sua volta. Suspirou ao ver
tanta desordem. Depois foi buscar uma vassoura e um espanador e varreu e limpou
a casa toda. Com a sua varinha de condão colou as coisas partidas. Lavou a
louça e arrumou-as nos armários. Escovou os sapatos e pendurou-os. Coseu toda a
roupa de dentro do cesto, encontrou e arrumou os brinquedos perdidos. Quando
acabou de fazer tudo isto olhou a sua volta. A casa estava linda! Cheia de
ordem e de limpeza. Então Oriana sorriu e foi-se embora.
E quase todos os dias Oriana arrumava a casa do moleiro.
Mas a moleira nunca percebia que ali havia estado uma fada. Porque sempre saia
de casa atrasada e a correr e como era muito distraída não reparava que deixava
tudo desarrumado e de pernas para o ar. E quando chegava a casa não se
espantava em nada ao encontrar tudo em ordem porque não se lembrava que tinha
deixado tudo fora de ordem. Oriana saiu da casa do moleiro e foi a casa de um
homem muito rico.
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